Exportações levaram Minerva a colecionar novos recordes no 3º trimestre

Lucro líquido da companhia cresceu para R$ 120 milhões; receita líquida e Ebitda foram os maiores da história
Fernando Lopes

A Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, encerrou o terceiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 120 milhões, 27,6% superior ao registrado em igual intervalo de 2024. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da empresa cresceu 70,8%, para R$ 1,388 bilhão, e sua receita líquida aumentou 82,5%, para R$ 15,512 bilhões.

De acordo com a Minerva, a receita líquida trimestral e o Ebitda foram recorde. A geração de caixa líquida, que atingiu R$ 2,5 bilhões, também foi a maior da história para um único trimestre, enquanto a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda), que havia subido com a aquisição de ativos da Marfrig, caiu para 2,5 vezes no fim de setembro, menor patamar desde 2022.

“A integração dos novos ativos [adquiridos da Marfrig chegou a sua fase final e avançou de forma consistente no terceiro trimestre de 2025, entregando sólidos resultados operacionais e financeiros. O volume de vendas registrou crescimento de 10%, enquanto a receita apresentou aumento de 11% em relação ao trimestre anterior. Esse desempenho contribuiu para um melhor nível de rentabilidade e consequente diluição da estrutura de despesas”, realçou a companhia em relatório que acompanha os resultados divulgados.

Fernando Queiroz, CEO da Minerva, destacou o grande planejamento feito pela empresa para acelerar a melhora de performance das unidades adquiridas, enquanto o CFO Edison Ticle aproveitou os resultados obtidos pelas unidades incorporadas no Brasil e em países vizinhos para destacar o sucesso da compra. Se anualizados os resultados registrados no trimestre, a receita líquida dos novos ativos chegaria a R$ 17,227 bilhões, e o Ebitda a R$ 1,550 bilhão. 

Como a empresa pagou R$ 7,1 bilhão pelas fábricas, levando-se em conta juros, correção e capital de giro, os números apresentados resultariam em um múltiplo de aquisição entre 4,4 e 4,6 vezes, patamar menor do que a Minerva estava listada na época em que a transação foi fechada. Nessa mesma época, estimativas foram divulgadas dando conta que o múltiplo de aquisição poderia ser muito superior ao que efetivamente se comprovou, o que levou alguns analistas a duvidarem das vantagens do negócio para a companhia.

A Minerva destacou que as exportações, que representaram 61% de sua receita bruta consolidada (R$ 16,288 bilhões), foram fundamentais para os resultados observados de julho a setembro. No cenário externo, a empresa realçou que os Estados Unidos seguem com baixa oferta de gado, o México emergiu como um importante destino dos embarques e a China permaneceu com o apetite aberto, enquanto países do Sudeste Asiático continuaram ampliando as importações.

“A dinâmica de uma demanda internacional agressiva, em conjunto com uma forte restrição na oferta mundial de carne bovina, acaba por pressionar os preços no mercado internacional. Nesse contexto, a abertura de novos mercados e a flexibilização de restrições, como por exemplo a recente expansão da cota de exportação da Argentina para os EUA, seguem conferindo enormes oportunidades para os exportadores do nosso continente”, pontuou a Minerva.

O volume total de abates de bovinos da empresa alcançou 1,6 milhão de cabeças no terceiro trimestre, com alta de 42,4% ante igual período de 2024. Já o volume de abates de ovinos das operações da Minerva na Austrália chegou a 597 mil cabeças. As operações da empresa no Brasil lideraram a receita bruta da companhia no intervalo, com R$ 10,018 bilhões (+131,1%), em boa medida impulsionada pelos novo ativos. Em seguida vieram os negócios no Paraguai, com R$ 1,679 bilhão (+25,7%), Uruguai, com R$ 1,567 bilhão (+77,6%), Argentina, com R$ 1,151 bilhão (+6,6%), Austrália, com R$ 550,1 milhões (-10,5%), Colômbia, com R$ 476,2 milhões (+25,4%), e Chile, com R$ 31,1 milhões.

A Minerva destacou, ainda, que no terceiro trimestre foram exercidos 5.847.096 bônus de subscrição decorrentes de seu recente aumento de capital, perfazendo R$ 30,2 milhões. “Vale mencionar que ainda restam cerca de R$ 969,3 milhões relativos aos bônus de subscrição e que devem impactar positivamente a estrutura de capital da companhia quando do seu exercício, até meados de 2028”. 

No dia 5 de novembro, a Minerva também anunciou a recompra e o cancelamento de US$ 75,7 milhões relativos a seu Bond 2031, representando cerca de R$ 402,6 milhões. Desde janeiro de 2025, a empresa já recomprou e cancelou US$ 384,8 milhões em bonds externos, entre os bonds de 2028 e 2031. Já os investimentos, finalmente, somaram R$  340,5 milhões no terceiro trimestre, dos quais R$ 240,5 milhões foram destinados à manutenção da base de ativos e R$ 100 milhões foram para expansão orgânica.

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