Avanço da safrinha de milho derruba área plantada de trigo no Paraná

Deral estima que semeadura se estenderá por 910 mil hectares, menor marca desde 2012
Fernando Lopes
Colheita de trigo (Foto: Gilson Abreu/AEN)

O avanço da semeadura de milho na segunda safra deverá provocar a queda da área plantada de trigo este ano no Paraná. De acordo com informações do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Estado, o plantio de trigo, que já está liberado desde o início deste mês, deverá ocupar 912,2 mil hectares, 20% menos que em 2024 (1,14 milhão). Se a estimativa se confirmar, será a menor área dedicada à cultura em terras paranaenses desde 2012.

Como o período de plantio de trigo só terminará em junho, o Deral ressalva que revisões deverão ser feitas até lá. Mas calcula que, mantida a projeção atual, a produção tende a atingir 2,938 milhões de toneladas. Embora o número seja 28,1% superior ao de 2024, quando o clima prejudicou as lavouras, o órgão afirma que se trata de um volume “bastante inferior à capacidade de moagem das indústrias paranaenses, que deverão recorrer ao trigo argentino, paraguaio e gaúcho, como tem feito nas últimas safras frustradas”.

“Nem mesmo os melhores preços praticados atualmente, com as médias de março apresentando alta de 5% em relação a fevereiro e de 24% em relação a março de 2024, foram capazes de reverter o cenário de desestímulo. Destaca-se ainda que os preços atuais tiveram um incremento mais expressivo que os custos, e atualmente indicam uma rentabilidade positiva sobre os custos variáveis, ao contrário de março de 2024 quando os preços indicavam um possível prejuízo”, completa a Deral.

Responsável direto pela redução da área de trigo no Paraná, a segunda safra de milho tem avançado ano após ano no Estado. Nesta temporada 2024/25, o Deral calcula a área da safrinha em 2,663 milhões de hectares, 5,1% mais que em 2023/24. A colheita está prevista em 15,922 milhões de toneladas, com aumento de 24,7%. No verão, a área caiu 8,8%, para 268,3 mil hectares, enquanto a produção foi 12,9% maior (2,851 milhões de toneladas).

Já encerrada, a colheita de soja no Paraná também cresceu. O volume somou 21,058 milhões de toneladas, com incremento de 13,6% ante o ciclo 2023/24, apesar de a área plantada ter permanecido praticamente estável, em 5,766 milhões de hectares. Houve problemas climáticos em algumas regiões do Estado, sobretudo no sul, mas nada comparável aos problemas do ano passado – daí a recuperação observada. 

O Paraná é o segundo maior produtor de soja e milho do país, atrás de Mato Grosso. No trigo, o Estado normalmente disputa a liderança com o Rio Grande do Sul – ambos respondem por quase 90% da produção do Brasil, que é um dos maiores importadores globais do cereal. 

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