Vendas de fertilizantes esbarram em preço elevado, mas caminham para recorde

Segundo a MacroSector, entregas deverão crescer 4,5% no país em 2025, para 47,7 milhões de toneladas
Fernando Lopes

Apesar dos preços mais elevados, as vendas de fertilizantes continuam a caminhar para um novo recorde histórico em 2025 no Brasil. Segundo estimativa da consultoria MacroSector, o volume deverá alcançar 47,7 milhões de toneladas, 4,5% mais que em 2024 e novo recorde histórico. De janeiro a maio, mostrou a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o avanço em relação ao mesmo período do ano passado foi de 11,4%, para 15,8 milhões de toneladas.

Com relações de troca mais favoráveis aos agricultores, o início deste ano foi marcado por um movimento expressivo de antecipação de compras, que perdeu força nos últimos meses com a valorização dos principais nutrientes. De acordo com a MacroSector, o valor médio dos fertilizantes importados subiu 13% no país em julho ante o mesmo mês de 2024, para US$ 362,7 por tonelada. Nos primeiros sete meses de 2025, a alta foi de 10%, para US$ 336,8.

Como já informou o NPagro, as altas dos últimos meses gerou maior cautela por parte dos agricultores. Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea/Famato), no fim de julho o ritmo de comercialização de adubos para o plantio de soja 2025/26 no Estado, cuja semeadura terá início em meados de setembro, estava 12,58 pontos percentuais mais lento que um ano antes.

Na avaliação do Imea, esse atraso pode indicar um investimento menor dos agricultores em adubação e também possíveis problemas logísticos, já que os sinais indicam uma maior concentração das entregas neste mês de agosto e nos próximos. A soja puxa a demanda por fertilizantes no país, e Mato Grosso lidera a produção da oleaginosa.

O Brasil é um dos maiores importadores de nutrientes para a formulação de adubos do mundo, e, conforme a consultoria, as compras no exterior deverão superar 43 milhões de toneladas. A produção doméstica, por sua vez, tende a atingir cerca de 7,5 milhões de toneladas. De janeiro a maio, segundo a Anda, as importações cresceram 13,9%, para 14,9 milhões de toneladas.

No que se refere às importações, ganhou força no radar o risco de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), por pressão dos Estados Unidos, imponha sanções à Rússia e seus parceiros comerciais por causa dos ataques do país à Ucrânia. É grande a preocupação no Brasil, uma vez que a Rússia é a origem de quase 25% das compras brasileiras no exterior, com destaque em todos os principais nutrientes – itrogênio, fosfato e potássio, o trio NPK.  

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