Começou a ser plantada mais uma safra de grãos com potencial para resultar na maior colheita da história em 2026, da mesma forma que a produção das três principais proteínas animais também deverá superar, no ano que vem, o recorde previsto para 2025. Essas são as principais sinalizações divulgadas durante o evento Perspectivas para a Agropecuária Safra 2025/26, realizado nesta quinta-feira, em Brasília, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo a estatal, se o clima não atrapalhar a colheita de grãos poderá alcançar 353,8 milhões de toneladas neste ciclo 2025/26, 1% mais que o volume projetado para 2024/25 (350,2 milhões). Esse leve incremento tende a ser determinado pelo aumento da área plantada, que deverá passar de 81,7 milhões para 84,2 milhões de hectares. A previsão para a produtividade média das lavouras, no entanto, por enquanto é de queda de 2%, para 4.199 quilos por hectare.
No cenário inicial traçado pela Conab, a soja continuará a puxar a colheita de grãos em 2025/26, com um novo volume recorde de 177,7 milhões de toneladas, 3,6% mais que em 2024/25, melhor marca até agora. Nessa frente, realçou a Conab, a recuperação do rendimento das plantações do Rio Grande do Sul poderá se tornar o grande destaque positivo, além do avanço da área semeada em geral. Assim, o Brasil tem tudo para permanecer na liderança da produção global, à frente dos Estados Unidos.
Para o milho, o horizonte também aponta aumento de área, tanto na primeira quanto na segunda safra. Mas, diante da elevada produtividade média observada na temporada 2024/25, a Conab projeta pequena queda de 1% no volume total de produção, para 138,3 milhões de toneladas. No caso do arroz, a tendência é de redução de área, de 1,76 milhão para 1,66 milhão de hectares, e retração de 4,8% do rendimento médio das lavouras, o que poderá gerar uma colheita 1,3 milhão de toneladas menor, da ordem de 11,5 milhões de toneladas.
Ainda no terreno dos alimentos básicos, a Conab prevê para o feijão área total – a leguminosa tem três safras anuais – de 2,7 milhões de hectares, produtividade média de 1.141 quilos por hectare e colheita acumulada de 3,1 milhões de toneladas, mesmo patamar de 2024/25. E para o algodão, finalmente, o quadro da estatal aponta para avanço de 3,5% da área semeada e produção recorde 0,7% superior em 2025/26, de 4,1 milhões de toneladas da pluma.
PROTEÍNAS ANIMAIS
No tabuleiro das carnes (bovina, suína e de frango), a Conab estima produção total de 32,3 milhões de toneladas no ano que vem, um novo recorde 1,1 milhão de toneladas superior ao projetado para 2025. O incremento deverá ser liderado pelas carnes de frango e suína, que poderão alcançar 15,9 milhões e 5,8 milhões de toneladas, respectivamente.
“Ainda que neste ano o Brasil tenha registrado um caso de influenza aviária em maio, no Rio Grande do Sul, o foco foi rapidamente controlado, o que sustenta o posicionamento do Brasil como principal fornecedor global da proteína. Assim, a expectativa é de continuidade da trajetória positiva das exportações em 2026, com o volume total embarcado estimado em 5,4 milhões de toneladas”, informou a Conab, ressaltando que a disponibilidade interna da proteína também deverá crescer. A estatal pontua que cenário semelhante é observado para a carne suína.
Para a carne bovina, a Conab destaca que o país vive o início de uma reversão de ciclo pecuário depois do pico de oferta em 2024, o que já deverá gerar leve retração da produção brasileira em 2025, para 10,9 milhões de toneladas, e novamente em 2026 (10,6 milhões).
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