Baseado em um cenário formado basicamente por colheita recorde de grãos nesta safra 2024/25 e retomada gradual dos investimentos dos produtores rurais, o Itaú BBA projeta que o reaquecimento das vendas de máquinas agrícolas no Brasil dará o tom ao longo de 2025, embora não no mesmo ritmo observado no primeiro bimestre.
Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) destacados pelo banco, em janeiro e fevereiro as vendas de tratores e colheitadeiras alcançaram 7.326 unidades no país, 43% mais que no mesmo período do ano passado. Conforme a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o avanço vai arrefecer nos próximos meses, mas o incremento anual da receita das vendas de máquinas agrícolas ainda será expressivo, de 8,2%.
Se confirmado, será uma recuperação importante após dois anos de quedas. Em 2023, de acordo com a Anfavea, foram comercializadas no mercado brasileiro 60.992 tratores e colheitadeiras, uma queda de 13% ante 2022. Em 2024 o tombo se aprofundou e as vendas caíram quase 19,8%, para 48.897 unidades. Já a receita calculada pela Abimaq recuou 19,9% no ano passado, para R$ 60,4 bilhões, pressionada pela quebra da safra 2023/24.
“Começamos a observar a liberação de investimentos que estavam represados. Nos últimos anos, o produtor segurou a renovação do parque de máquinas, e agora já vemos um ritmo melhor de negócios e perspectivas mais animadoras”, afirma Pedro Fernandes, diretor de Agronegócio do Itaú BBA, em comunicado. Os preços de soja e milho ainda estão abaixo dos patamares de alguns anos atrás, mas já deram sinais de reação em relação aos níveis de 2024.
Um bom termômetro para medir o apetite dos produtores rurais por novas máquinas será a Agrishow. Na maior feira de agronegócios da América Latina, que será realizada em Ribeirão Preto (SP) entre o fim deste mês e o início do próximo, a expectativa é de ampliação dos negócios em geral em pelo menos 10%, para cerca de R$ 15 bilhões, como realçou o banco, que vem ampliando cada vez mais sua presença no campo.
O Itaú BBA iniciou o ano com uma carteira de crédito rural de R$ 115 bilhões, e prevê alcançar R$ 135 bilhões até o fim de dezembro. “Um dos focos estruturais de investimento está na cadeia de agroindústrias voltadas à produção de biocombustíveis. Atualmente, estão mapeados mais de R$ 30 bilhões em projetos nos segmentos de etanol de milho e esmagamento de soja”, informou.
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