Com BNDESPar como sócia, Grupo Santa Clara prevê acelerar expansão

Companhia faturou R$ 255 milhões na safra 2024/25 com fertilizantes especiais, adjuvantes e biodefensivos e projeta alcançar R$ 1 bilhão até 2030
Fernando Lopes

O Grupo Santa Clara, fundado há 28 anos em Ribeirão Preto, um dos principais polos do agro paulista, anunciou nesta terça-feira a entrada da BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em seu capital. Com um investimento de R$ 114 milhões, o novo sócio terá participação de 19,9% no grupo, formado por Santa Clara Agrociência e Hydromol, ambas com foco em fertilizantes especiais e adjuvantes, Inflora Biociência, que atua no mercado de biodefensivos, e Linax, um centro de inovação e pesquisa.

Em entrevista ao NPagro, João Pedro Cury, da segunda geração da família fundadora e CEO do grupo há oito anos, afirmou que, com os recursos aportados e a contribuição técnica da BNDESPar no conselho de administração, o grupo pretende acelerar o lançamento de inovações e o avanço dos negócios, no Brasil e no exterior. Na safra 2024/25, após crescer seis vezes em sete exercícios, o Santa Clara faturou R$ 255 milhões, e até 2030 pretende alcançar a marca de R$ 1 bilhão. E se, atualmente, cerca de 90% da receita é proveniente das vendas de fertilizantes especiais e adjuvantes, nos próximos anos os biodefensivos tendem a conquistar espaço com o fortalecimento da Inflora e representar entre 30% e 40% do total.

Segundo Cury, que tem 39 anos, esse ganho de importância virá sobretudo do lançamento de produtos da terceira geração de biodefensivos, que utilizam metabólitos microbianos e extratos vegetais no controle de pragas e doenças – ou seja, diferentemente dos produtos da segunda geração, não demandam microrganismos vivos em suas formulações. Entre outras vantagens da terceira geração está a garantia da propriedade intelectual das inovações, uma vez que microrganismos, por estarem na natureza, não são patenteáveis. “Nos próximos anos, deveremos lançar pelo menos 16 produtos patenteáveis”, afirmou. 

O grupo conta com unidades industriais de produção em Jaboticabal, município próximo Ribeirão Preto e conta atualmente com 300 colaboradores, número que poderá saltar para 750 com a expansão prevista. Seus insumos são vendidos em todo o Brasil, principalmente para  produtores de soja, cana, milho, café e hortaliças, e há parcerias firmadas – inclusive com a Embrapa – ou em desenvolvimento em mais de 30 países. “A atuação do BNDES é estratégica para impulsionar investimentos em transição ecológica e descarbonização, contribuindo com o desenvolvimento de empresas brasileiras de todos os portes e garantindo a geração de empregos no Brasil”, disse, em nota, Aloizio Mercadante, presidente do banco de fomento.

O investimento no Grupo Santa Clara marca a volta da BNDESPar a uma empresa de capital fechado depois de dez anos, e a instituição terá vaga no conselho. Os país de João Pedro, José Amaro Cury e Adriana Maria Rovaroto Cury, que fundaram o grupo, não participam mais do dia a dia dos negócios. As duas irmãs do CEO, Talita Cury Robusti Pinto e Luisa Cury Remondy, estão presentes e terão papel importante no processo de expansão em curso.

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