Os embarques de café do país alcançaram 3,144 milhões de sacas de 60 quilos em agosto, em queda de 17,5% ante o mesmo mês de 2024, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Graças ao aumento de preços na comparação, a receita das vendas subiu 12,7%, para US$ 1,101 bilhão.
Os resultados estão em linha com os observados nos últimos meses, e refletem, sobretudo, a menor disponibilidade da matéria-prima em função de uma safra que ficou aquém se seu potencial máximo produtivo. Mas a tarifa adicional de 40% imposta pelos Estados Unidos às importações de produtos brasileiros também teve influência negativa, uma vez que o país era o principal destino das exportações brasileiras.
“Os EUA deixaram de ser os maiores compradores de nosso café em agosto, descendo para o segundo lugar, com 301 mil sacas importadas – de negócios realizados antes da vigência do tarifaço –, o que implicou quedas de 46% ante o mesmo mês de 2024 e de 26% contra julho deste ano. Assim, os americanos ficaram atrás da Alemanha, que importou 414 mil sacas no mês passado”, afirma Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, em nota.
Segundo ele, o tarifaço americano também gerou maior volatilidade das cotações e acaboiu maximizando a alta dos preços. Entre os dias 7 de agosto, quando a nova taxa de 40% entrou em vigor, e o fim do mês passado, os contratos futuros do café arábica registraram alta de quase 30% na bolsa de Nova York. A espécie arábica encabeça as exportações brasileiras, e seus embarques somaram 20,209 milhões de sacas de janeiro a agosto de 2025.
Nos primeiros oito meses do ano, os EUA permaneceram como o principal destino dos embarques de café do Brasil, com compras de 4,028 milhões de sacas, 20,8% menos que em igual intervalo do ano passado. Em seguida vieram Alemanha, com 3,071 milhões de sacas (-32,9%), Itália, com 1,981 milhão de sacas (-23,6%), Japão, com 1,671 milhão de sacas (+15,6%), e Bélgica, com 1,517 milhão de sacas (-48,3%).
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