A receita da Grano Alimentos para faturar R$ 350 milhões com vegetais congelados

Formada por agricultores familiares, rede de fornecedores semi-integrados garante a oferta que move o avanço da empresa gaúcha
Fernando Lopes

Conhecida por fornecer vegetais congelados para varejo, indústrias e food service, a gaúcha Grano Alimentos caminha para crescer pouco mais de 10% e faturar R$ 350 milhões este ano. Uma lista que inclui brócolis, couve-flor, cenoura, batata, abóbora e ervilha, entre outros produtos, deverá chegar a cerca de 50 mil pontos de venda em todo o país, e mais de uma centena de agricultores, a maior parte de pequeno porte, serão beneficiados pelo modelo de negócios da empresa.

São números superlativos para uma empresa do gênero, e a receita para manter a roda girando tem suas raízes no campo. Desde que foi criada, há 25 anos, a empresa aposta em uma cadeia semi-integrada de fornecedores, aos quais oferece assistência técnica, apoio administrativo-financeiro e garantia de compra. Com isso, garante a ampliação da cesta que comercializa e ajuda a quebrar paradigmas em relação aos vegetais congelados, cada vez mais presentes no prato do consumidor brasileiro.

Segundo Michele Lopes, diretora de sustentabilidade da Grano, atualmente a rede de fornecedores diretos é composta por 120 agricultores familiares, com propriedades entre 5 e 200 hectares distribuídas por mais de 30 municípios da Serra Gaúcha e também de Santa Catarina. Brócolis e couve-flor representam cerca de 70% dos volumes recebidos e enviados para a fábrica da companhia em Serafina (RS), onde os vegetais são lavados e congelados para posterior distribuição, ancorada em CDs no Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.

Michele conta que, para esses fornecedores diretos, a Grano fornece mudas e acompanha, com técnicos em campo, todo o ciclo de produção, do plantio a colheita, que tem as bases para a compra acertadas previamente. O objetivo, afirma ela, é garantir aos agricultores uma rentabilidade de pelo menos 20%, e quando o clima não atrapalha normalmente o resultado é alcançado. Para apoiar esse trabalho, é preciso investir, e nesse sentido a companhia, que é controlada pelo fundo americano Arlon Group desde 2015, recorre a instrumentos como o CRA Social de R$ 70 milhões emitido em 2024.

Daí porque existaa sempre uma fila de interessados em entrar para o grupo dos semi-integrados, que para tal devem respeitar uma série de padrões para garantir a qualidade e a homogeneidade da oferta. Curiosamente, 98% dos fornecedores de brócolis da empresa não cultivavam o vegetal antes de começarem a trabalhar com a Grano, e hoje muitos deles, com o apoio da empresa, procuram diversificar a produção e testam o cultivo de cenoura, por exemplo, de olho na expansão das vendas de mix de vegetais.

Até 2030, o objetivo é certificar 100% dos fornecedores estratégicos em critérios socioambientais, e programas para a redução do consumo de energia e água estão em andamento. Além de contar com a força dessa rede de agricultores – parte já formada pela segunda geração -, e também tendo em vista o avanço dos mix, a Grano trabalha com fornecedores indiretos, sobretudo de batata, cenoura, abóbora, milho e ervilha. Nesse caso, o modelo contempla uma gama menor de serviços oferecidos pela companhia e apenas parte das vendas é travada com antecedência, com outra parte negociada no mercado spot. 

Na outra ponta, a Grano vem investindo em mídias sociais e em parcerias com chefs e influencers para expandir sua presença no país. Nesse caso, um dos trunfos é poder recorrer ao peso de clientes como as cadeias de restaurantes Rascal, Montana Grill, Giraffas, Griletto e China in Box, que acabam por se tornar “embaixadores” dos vegetais comercializados pela empresa.  

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