BrasilAgro encerrou o 1º trimestre de seu atual exercício com prejuízo

Resultado líquido foi negativo em R$ 64,3 milhões; Ebitda caiu 62%, enquanto a receita líquida recuou 37%
Fernando Lopes

A BrasilAgro, que atua nas áreas de compra e venda de propriedades rurais e de produção de grãos, fibras e bioenergia, encerrou o primeiro trimestre de seu exercício 2026, em setembro, com prejuízo líquido de R$ 64,3 milhões, ante lucro de R$ 97,5 milhões em igual intervalo do ano-fiscal passado. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia caiu 62%, para R$ 64,3 milhões, e sua receita líquida total recuou 37%, para R$ 286,6 milhões.

Boa parte da piora dos resultados derivou do fato de a empresa ter registrado uma receita com venda de fazenda de R$ 129,3 milhões no primeiro trimestre do exercício anterior e de não ter realizado negócios nessa frente entre julho e setembro deste ano, embora oscilações de câmbio e preços também não tenham colaborado. A receita líquida operacional registrou baixa de 7%, para R$ 303 milhões, mas o Ebitda ajustado no segmento aumentou 5%, para R$ 64,3 milhões. A receita líquida total foi menor que a operacional entre julho e setembro por causa de uma variação negativa de R$ 16,3 milhões no valor justo de ativos biológicos.

No primeiro trimestre do exercício 2026, o resultado bruto operacional foi negativo em R$ 5,7 milhões, frente ao resultado positivo de R$ 134,7 milhões no primeiro trimestre de 2025. Essa reversão foi impactada principalmente pela ausência do ganho com venda de fazenda registrado no ano anterior, pelo aumento da variação negativa dos ativos biológicos e pelo desempenho mais fraco de algumas culturas, como cana-de-açúcar, algodão em pluma e pecuária, que contribuíram para pressionar a rentabilidade no período.

Por questões sazonais, a cana liderou a receita líquida operacional da BrasilAgro no primeiro trimestre do exercício, com R$ 128,7 milhões (referentes a 804 mil toneladas faturadas), uma queda de 22% ante um ano antes (R$ 165,3 milhões, por 991,1 mil toneladas). A soja veio em seguida, com R$ 120,6 milhões (referentes a 63,2 mil toneladas faturadas), 2% mais do que entre julho e setembro de 2025 (R$ 118,8 milhões, por 56,8 mil toneladas). Parte da soja colhida na safra 2024/25 foi carregada para ser comercializada entre outubro e dezembro.

“A cana foi um problema”, resumiu André Guillaumon, CEO da BrasilAgro, lembrando de problemas climáticos que afetaram a produção da fazenda da empresa em Brotas (SP), por exemplo. O resultado bruto obtido com a cana diminuiu 50% no primeiro trimestre do ano-fiscal, para R$4 18,5 milhões, enquanto o resultado bruto da soja caiu 3%, para R$ 36,3 milhões. A expectativa do executivo na frente operacional está voltada ao plantio de grãos, e até agora o clima tem se mostrado favorável nas áreas de atuação da companhia.

A BrasilAgro estima que sua área plantada de soja alcançará 79,3 mil hectares nesta safra 2025/26, com aumento de 5% sobre 2024/25. O milho verão deverá se estender por 11 mil hectares (+69%), o milho safrinha por 16,3 mil hectares (+27%), o algodão por 1,9 mil hectares (-70%0 e o algodão safrinha, por 2,2 mil (-32%). No total, incluindo também feijão, cana e pasto, a área deverá somar 172,6 mil hectares, mesmo patamar do ciclo passado. 

Com operações no Brasil, na Bolívia e no Paraguai, a BrasilAgro conta com área útil própria de 119,1 mil hectares e área útil arrendada de 69,7 mil hectares. Compra e venda de propriedades estão no radar da companhia, enquanto os arrendamentos ainda estão sendo considerados caros. “A diversificação de portfólio deve ser eficiente também do lado imobiliário, não apenas do lado operacional”, disse Guillaumon.

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