Margens mais apertadas poderão reduzir produção de algodão no país em 2025/26

StoneX projeta a colheita em 3,72 milhões de toneladas, com queda de 7% em relação ao ciclo 2024/25
Fernando Lopes
(Crédito: Wenderson Araujo/Sistema CNA/Senar)

A produção brasileira de algodão deverá alcançar 3,72 milhões de toneladas na safra 2025/26, 7% menos que em 2024/25, segundo projeção divulgada na sexta-feira pela StoneX. Segundo a empresa de serviços financeiros, essa queda refletirá uma redução da área plantada da ordem de 75 mil hectares, para 1,44 milhão.

Segundo as últimas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em 2024/25 a área plantada alcançou quase 2,1 milhões de hectares, com aumento de 7,3% em relação ao ciclo 2023/24. O rendimento médio das lavouras subiu 2,3% na comparação, para 1.947 quilos da pluma por hectare, e com isso a colheita está calculada pela estatal em 4,1 milhões de toneladas da pluma, em alta de 9,7%. Para 2025/26, a Conab prevê aumento de 3,5% da área e leve alta da produção.

Mato Grosso lidera com folga a produção brasileira, e assim será em 2025/26. De acordo com a StoneX, para o Estado a expectativa é que o volume atinja 2,6 milhões de toneladas. A Bahia tende a permanecer em segundo lugar, com 777 mil toneladas. Juntos, Mato Grosso e Bahia deverão representar 90% da oferta nacional na próxima safra.

“A perspectiva para o plantio em Mato Grosso é favorecida pelo avanço das chuvas, que deve garantir uma janela adequada para a soja e, consequentemente, para o algodão de segunda safra”, realçou a StoneX. Segundo a empresa, são questões ligadas a margens que explicam sua expectativa de queda da produção, diferentemente da direção sinalizada pela Conab.

“Embora a perspectiva de chuvas no Centro-Oeste seja positiva para o plantio, a redução de área sinaliza a necessidade de maior racionalização por parte do produtor. O algodão continua competitivo no mercado internacional, mas o setor deve enfrentar margens mais apertadas, o que torna essencial uma gestão eficiente de custos e comercialização”, diz o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Raphael Bulascoschi, em nota.

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