Raízen avança em reestruturação e encerra joint venture com a Femsa

Com a operação, engarrafadora da Coca-Cola ficará com 611 lojas da redes Oxxo
Fernando Lopes

A Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, anunciou esta semana que encerrou a joint venture Rede Integrada de Lojas de Conveniência e Proximidade (Grupo Nós), que mantinha com a Femsa, engarrafadora da Coca-Cola, desde 2019. O “divórcio” foi feito com base em troca de participação societária e não envolveu pagamentos entre as empresas.

Com o fim da parceria, a Raízen receberá 1.256 lojas de conveniência das bandeiras Shell Select e Shell Café, que passarão a ser administradas em modelo de franquias, integrado à sua rede de postos Shell. Já a Femsa ficará com 611 lojas da rede Oxxo e um centro de distribuição localizado em Cajamar, no interior paulista. Dívidas e o caixa do Grupo Nós também serão transferidas para a Femsa.

Como parte do acordo, informou a Raízen, o Grupo Nós continuará a prestar serviços de suprimentos e logística relacionados ao portfólio de produtos atualmente disponibilizado por seu centro de distribuição, dentro de sua área de cobertura, para as lojas Shell Select e Shell Café. A conclusão da operação depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). 

“Essa decisão está alinhada a estratégia de reciclagem e simplificação do portfólio de negócios da Raízen, permitindo maior foco e agilidade na execução de sua Oferta Integrada Shell”, informou a Raízen, em comunicado. Com essa estratégia, que já envolveu diversas outras ações, a companhia busca reduzir seu elevado endividamento e gerar retorno a seus acionistas.

Neste mês, a Raízen já havia informado que assinou contrato de venda das usinas Rio Brilhante e Passa Tempo, localizadas no município de Rio Brilhante, em Mato Grosso do Sul, para a Cocal Agroindústria. O negócio, que também depende do sinal verde do Cade, foi fechado por R$ 1,543 bilhão, e inclui os canaviais próprios das unidades, bem como seus contratos com fornecedores.

Antes dessa transação, a companhia havia anunciado a venda de 55 usinas de geração distribuída de energia elétrica, por R$ 600 milhões; a suspensão das atividades da Usina Santa Elisa, em Sertãozinho (SP), a venda de até 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar (própria e de terceiros) ligadas à unidade, por R$ 1,045 bilhão; e a venda da Usina e Leme, em Piracicaba (SP), por R$ 425 milhões. 

Ainda como parte dos planos do grupo, a subsidiária Raízen Fuels Finance também precificou a emissão de US$ 750 milhões em notes, enquanto Raízen S.A. e Raízen Energia assinaram um “Protocolo e Justificação de Cisão Parcial da Raízen S.A. com versão do Acervo Líquido Cindido para Raízen Energia”, com o objetivo de otimizar estruturas de capital e gestão e concentrar a participação societária detida pelo grupo em sociedades no exterior.

A Raízen encerrou o primeiro trimestre de seu atual exercício (25/26), em junho, com prejuízo líquido de R$ 1,844 bilhão, ante lucro de R$ 1,066 bilhão em igual intervalo do ano-fiscal anterior. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 23,4%, para R$ 1,889 bilhão, e a receita líquida da companhia recuou 6,1%, para R$ 54,218 bilhões. A dívida líquida fechou junho em R$ 49,22 bilhões, 55,8% maior que um ano antes, e a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) subiu de 2,3 para 4,5 vezes.

 

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