A movimentação de cargas pelos portos do chamado Arco Amazônico continua a se multiplicar em ritmo acelerado, com destaque para os grãos, e a iniciativa privada é o motor desse crescimento. Segundo dados compilados pela Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), o volume em operações de longo curso e cabotagem chegou a 87,8 milhões de toneladas de produtos em geral, 4,8% mais que em 2023, e 64% do total passou por Terminais de Uso Privado (TUPs), numa tendência que deverá ganhar força nos próximos anos.
Fazem parte do levantamento mais de 100 terminais portuários privados localizados no rio Amazonas e seus afluentes, incluindo a Baía de Marajó, além dos seis portos públicos existentes. As cargas de granel sólido puxaram o movimento em 2024, que foi liderado por bauxita (23,9 milhões de toneladas), soja (17,1 milhões) e milho (13,7 milhões), enquanto as cargas transportadas em contêineres representaram 9,9 milhões de toneladas.
“Também passaram pelos terminais portuários da região produtos químicos inorgânicos (5,7 milhões de toneladas), petróleo e derivados sem óleo bruto (5,2 milhões), adubos e fertilizantes (3,9 milhões) e soda cáustica (1,2 milhão), entre outros. Esses números refletem o perfil diversificado da matriz de cargas transportadas pelos terminais portuários brasileiros, com predominância das commodities minerais e agrícolas”, constatou a ATP.
Mas o avanço mais expressivo foi mesmo agrícola. A entidade lembrou que, no período de dez anos encerrado em 2024, a movimentação de soja e milho pelos terminais do Arco Amazônico cresceu 288%, ante avanços de 55,3% registrado no porto de Santos (SP) e 17,2% em Paranaguá (PR) – que, individualmente, ainda são as principais portas de saída para as exportações brasileiras de grãos. Em Santos, a movimentação de soja e milho alcançou 43,9 milhões de toneladas (32,4% do total nacional) em 2024, enquanto em Paranaguá o volume chegou a 14,3 milhões (10,6% do total).
“Em 2024, a movimentação de soja e milho no Arco Amazônico alcançou 30,9 milhões de toneladas, o que corresponde a 22,8% do total nacional de milho e soja movimentado no longo curso e na cabotagem, estimado em 135,3 milhões de toneladas. Esse volume, por si só, reforça o papel estratégico do Arco Amazônico como rota alternativa aos corredores tradicionais”, destacou a ATP, em nota.
Em decorrência de uma prolongada estiagem e da demora na execução de dragagens de manutenção, realçou a entidade, a movimentação de soja e milho no Arco Amazônico caiu 8,7% nos cinco primeiros meses de 2025 ante igual intervalo do ano passado, para 13,3 milhões de toneladas. Para evitar esse tipo de entrave, a ATP apoia, entre outras medidas, o projeto Barra Norte, que tem por objetivo ampliar o calado autorizado na região.
“Com sua vocação natural para a navegação interior e sua posição geográfica privilegiada, a região tem todas as condições para seguir ampliando sua participação no escoamento da produção nacional, desde que superados os atuais gargalos operacionais”, afirma Murillo Barbosa, presidente da ATP, em nota.
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