Não é segredo que 2023 e 2024 foram anos difíceis para a Solubio. Como todo o segmento de insumos no país, a empresa de produtos biológicos sofreu com as turbulências provocadas pelas fortes altas e baixas dos preços dos defensivos e pela queda das cotações dos grãos, e acusou o golpe. Viu seus resultados piorarem e encarou problemas financeiros, mas reorganizou os negócios e começou 2025 com o pé direito, preparada para deixar a crise para trás.
“Tivemos um Ebitda de quase R$ 10 milhões no primeiro trimestre, o melhor da nossa história para o período”, comemora Ernesto Cavasin, CEO da Solubio. De janeiro a março, as vendas costumam representar cerca de 25% do total anual, e as perspectivas para os próximos meses são positivas. Como entre 60% e 65% do negócio gira entre setembro e dezembro, período de plantio, normalmente o Ebitda (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa é negativo no primeiro semestre, mas este ano deverá ser diferente.
Segundo Cavasin, a maré positiva também deverá levar o faturamento da Solubio a superar R$ 200 milhões em 2025, para consolidar a retomada. De 2016, quando a empresa foi criada, até 2022, as vendas dobraram todos os anos, até alcançarem R$ 190 milhões. Em 2023 a receita patinou e ficou em R$ 186 milhões, e em 2024 encolheu para R$ 150 milhões. Em 2023, diz Cavasin, a companhia tinha se preparado para manter o ritmo de crescimento, mas a inversão do mercado frustrou as expectativas e foi um teste de fogo para quem demanda Capex elevado como a Solubio, cujo modelo de negócios é baseado na instalação de biofábricas em fazendas, junto do produtor.
Os insumos biológicos começaram a ganhar força no Brasil na primeira metade da década passada, e a profissionalização do manejo “on farm” dos produtos era uma necessidade que se tornou a linha de ação da Solubio. Com o rápido avanço que passou a experimentar no Rio Grande do Sul, a empresa expandiu o raio para o Cerrado e ergueu uma fábrica em Jataí (GO), que começou a rodar em setembro de 2022, um mês antes de vender uma participação de 20% para a gestora Aqua Capital – que assumiu o controle em 2024. Em 2021, a companhia fez sua primeira emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), e mesmo com a crise investiu mais de R$ 30 milhões em pesquisa & desenvolvimento nos últimos anos, grande parte em seu centro de pesquisas, localizado em Brasília.
E é uma das inovações que receberam aportes da empresa que mais anima Cavasin quando ele projeta a Solubio do futuro próximo. Trata-se do uso de microalgas como bio insumo, uma tecnologia desenvolvida por uma startup que recebeu apoio da companhia. Conforme Dagon Ribeiro, pesquisador que liderou a criação do Primafert, a solução melhora a resistência dos cultivos e auxilia as plantas a resistirem a longos períodos de estiagem, além de ser uma boa fonte de carbono e de fortalecer a biologia do solo. Aplicadas em conjunto com bactérias e fungos, explica, pode inclusive maximizar a ação dos “parceiros”.
Em 2024, afirma Ernesto Cavasin, a nova linha, demandada sobretudo por produtores de grãos e algodão. gerou faturamento de R$ 4 milhões. Inicialmente, a Solubio previa que o valor subiria para R$ 7 milhões este ano, mas os resultados estão superando as expectativas e o CEO projeta que as vendas chegarão a R$ 1t5 milhões. O executivo reitera que o importante é inovar, mas também realça os esperados efeitos da nova tecnologia sobre as vendas. “Será a vedete do nosso crescimento”.
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