Os três primeiros meses de 2025 foram muito positivos para a gaúcha 3tentos. Na realidade, a empresa teve o melhor início de ano da sua história, com um lucro líquido de R$ 192,4 milhões no primeiro trimestre. O resultado representa um crescimento de 23% em comparação ao mesmo período do ano passado e o maior para um primeiro trimestre.
O desempenho foi impulsionado pela safra recorde de grãos em Mato Grosso e pela demanda aquecida de farelo de soja e biodiesel. A receita da companhia cresceu 30,6% no primeiro trimestre para R$ 3,5 bilhões.
O período marca também uma retomada nas margens operacionais da companhia. Entre janeiro e março, a 3tentos registrou um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) de R$ 288,8 milhões, duas vezes maior que o obtido no mesmo período do ano passado.
Com isso, a margem Ebitda do primeiro trimestre que vinha em uma trajetória descendente desde 2022 voltou a crescer, chegando a 8,3%. Esse é o percentual mais elevado para um primeiro trimestre desde 2021, quando alcançou 9,1%.
“Nossa operação de grãos foi muito puxada pelo Centro-Oeste e também pelo crescimento que tivemos no trigo no Rio Grande do Sul, tanto no volume quanto em faturamento”, disse ao NPagro João Marcelo Dumoncel, CEO da 3tentos.
A companhia elevou em 49% a originação de grãos no período. Na soja, o volume quase triplicou, chegando a 239,3 mil toneladas. No trigo, o crescimento foi de 26%, para 273,9 mil toneladas no primeiro trimestre. Já no milho, houve uma queda de 2% em comparação ao mesmo período do ano passado, para 127,1 mil toneladas.
No caso dos insumos, o Dumoncel considera que o cenário está estável, ainda que o mercado venha sofrendo com a queda dos preços dos defensivos. A estratégia tem sido crescer os volumes para compensar os valores menos. “É um segmento estratégico para nós, pois é a forma mais efetiva de se originar o grão e se relacionar com os produtores”, disse Dumoncel.
Mas é no setor industrial que a 3tentos aposta suas fichas para o próximo ciclo de crescimento. A unidade de Vera (MT), que já aumentou sua capacidade para 3 mil toneladas por dia, terá uma nova expansão para alcançar 4,8 mil toneladas até o fim do ano.
No Rio Grande do Sul, a planta de Cruz Alta chegará em uma capacidade de 3,6 mil toneladas por dia na virada para 2026. Em Ijuí, a capacidade de produção tende a se manter estável, porém, passará a ser flex, concentrando o esmagamento de soja e canola para produção de biodiesel.
“Até o fim de 2026 teremos um incremento de 60% em nossa capacidade industrial”, disse Dumoncel.
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