Os quatro maiores frigoríficos do país (JBS, Minerva, Marfrig e FriGol) registraram resultados positivos no segundo ciclo unificado de auditorias na cadeia da pecuária na Amazônia Legal, que se espalha por Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins. As auditorias realizadas no ciclo 2024/25 envolvem transações fechadas entre empresas e fornecedores de janeiro a dezembro de 2022.
A iniciativa, do Ministério Público Federal, checa o nível de controle das frigoríficos sobre os animais adquiridos juntos aos pecuaristas da região, conforme acordos firmados entre MPF, setor produtivo e órgãos de fiscalização desde 2009. O objetivo é garantir que a carne vendida no país ou no exterior não tenha origem em áreas com desmatamento ilegal, trabalho escravo, invasões a unidades de conservação e a terras indígenas e quilombolas ou sem regularização ambiental.
Das grandes companhias, o principal destaque continuou a ser a Minerva Foods, que voltou a alcançar 100% de conformidade em suas operações, que na Amazônia Legal estão distribuídas por Pará, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. “Essa conquista, por mais um ano, reforça o nosso compromisso com o combate ao desmatamento ilegal e a nossa contribuição para o desenvolvimento sustentável na cadeia agropecuária, além de evidenciar a robustez do nosso sistema de monitoramento geoespacial, que é auditado anualmente e se destaca pelos excelentes resultados, diz Tamara Lopes, gerente-executiva de Sustentabilidade da companhia.
A Minerva lembrou, em nota, que em 2024, seis anos antes do previsto, concluiu o monitoramento de 100% de seus fornecedores diretos de gado em todos os países em que atua na América do Sul, onde é líder das exportações de carne bovina. A empresa também instituiu programas e ferramentas para monitorar os fornecedores indiretos e para requalificar e reinserir em sua cadeia de suprimentos as fazendas que apresentam alguma irregularidade.
A Marfrig, que na Amazônia Legal atua só em Mato Grosso, e a FriGol, que mantém duas unidades no Pará, também obtiveram índices de conformidade de 100%. “O resultado confirma a solidez da nossa estratégia de sustentabilidade. Desde 2009, a companhia mantém compromissos públicos voltados à rastreabilidade dos fornecedores bovinos e foi pioneira na implantação de processos estruturados, bem como no desenvolvimento de tecnologias próprias de rastreamento e geomonitoramento via satélite. Atualmente, rastreamos 100% dos fornecedores diretos em todos os biomas e monitoramos 88,8% dos indiretos na Amazônia e 79,6% no Cerrado — com a meta pública de atingir 100% ainda em 2025”. disse Paulo Pianez, diretor global de sustentabilidade da Marfrig, em nota.
“O resultado coroa o trabalho que temos realizado. Mas sabemos que é preciso evoluir ainda mais. Por isso, concentramos nossos esforços nos últimos anos para o monitoramento de fornecedores diretos em todos os biomas onde atuamos e, agora, estamos focados no monitoramento dos fornecedores indiretos”, afirma Carlos Corrêa, diretor Financeiro & Sustentabilidade da FriGol, em nota. Além de ter controle total sobre os fornecedores diretos, a FriGol monitora desde 2023 100% dos indiretos nível 1 – aqueles que fornecem animais para os diretos.
A JBS, que conta com plantas em cinco Estados da Amazônia Legal, chegou, na média, a 98,2%, 4,4 pontos percentuais a mais do que no primeiro ciclo unificados de auditorias. O melhor resultado da maior empresa de proteínas animais do mundo foi em Rondônia (99,3%), seguido por Mato Grosso (98,2%), Acre (98,1%), Tocantins (98%) e Pará (97%). A maior parte dos problemas encontrados foi referente a documentações. Não fosse por isso, informou a companhia, seu índice de inconformidade cairia de 1,8% para 0,3%.
“Esse desempenho mostra que estamos muito próximos da meta de 100% de conformidade, número que vai refletir todo o empenho da companhia para a produção sustentável na Amazônia. A evolução comprovada neste ciclo comprovou o que dissemos na edição anterior, de que temos clareza sobre como alcançar esse objetivo”, afirma Liège Correia, diretora de Sustentabilidade da JBS Brasil, em nota.
No geral, o índice de inconformidade apurado pelo segundo ciclo unificado de auditorias ficou abaixo de 5%, como no primeiro . Em Mato Grosso, empresas que respondem por 82% dos abates estaduais foram auditadas, enquanto no Pará o índice ficou em 81%, em Tocantins em 73%, em Rondônia em 41%, no Amazonas em 37% e no Acre, em 32%. Antes das assinaturas das TACs da pecuária, o desmatamento da Amazônia chegava a 12 mil quilômetros quadrados por ano. Graças a essas e outras indicativas envolvendo diversos setores da economia, atualmente são entre 6 mil e 7 mil quilômetros quadrados por ano, média ainda bastante elevada.
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