Após forte melhora de resultados em 2024, Agribrasil traça cenário positivo para 2025

Trading de grãos bateu recorde de movimentação, mesmo com quebra de safra; indicadores do TESC também avançaram
Fernando Lopes
TESC, em Santa Catarina (foto: Fernando Lopes)

Impulsionada pela movimentação de volumes recorde, a Agribrasil, terceira maior trading exportadora de grãos de capital nacional, encerrou 2024 com crescimentos expressivos em seus principais indicadores financeiros. O lucro líquido da empresa alcançou R$ 27,3 milhões, ante ganho de R$ 1,2 milhão em 2023, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado aumentou 52,2% na comparação, para R$ 90,6 milhões, e a receita líquida registrou incremento de 4,7%, para R$ 2,2 bilhões.

As melhoras foram turbinadas sobretudo no quarto trimestre, quando as exportações de milho da Agribrasil costumam ganhar força, alavancadas pela colheita da safrinha. Mesmo com os problemas que afetaram a colheita de grãos no país na safra passada (2023/24), a Agribrasil movimentou 1,39 milhão de toneladas de milho em todo o ano passado, 8,5% mais que em 2023, e 1,3 milhão de toneladas de soja. No ano anterior, foram apenas 201,6 mil toneladas da oleaginosa.

No caso do milho, 1,1 milhão de toneladas foram exportadas e 290 mil toneladas ficaram no mercado interno, negociadas com clientes como a Seara, da JBS. Já o volume de embarques de soja atingiu 1,26 milhão de toneladas, e 70% desse volume teve como destino a China. “Apesar da quebra da safra de grãos, que afetou as exportações brasileiras em geral, o ano passado foi muito bom para nós, batemos muitos recordes”, afirmou Frederico Humberg, fundador e CEO da Agribrasil, em teleconferência com analistas.

No Terminal Portuário Santa Catarina (TESC), localizado no porto de São Francisco do Sul e no qual a Agribrasil tem participação de 51% – mas não consolida seus números em um balanço único -, os resultados de 2024 também foram positivos. O lucro líquido do TESC, com as esteiras de granel instaladas em 2023 trabalhando em ritmo forte, cresceu 112,8%, para R$ 37,5 milhões, o Ebitda subiu 44,8%, para R$ 127,8 milhões, e a receita líquida avançou 41,2%, para R$ 279,7 milhões. 

Humberg também destacou que, com a consolidação do modelo de negócios da companhia, com forte viés logístico, o endividamento da Agribrasil caiu e, na empresa, a relação entre dívida líquida não operacional e o Ebitda ajustado encerrou dezembro em 1 vez, contra 2,2 vezes em janeiro. O executivo realçou, ainda, que na Agribrasil a margem Ebitda saltou de 2,8%, em 2023, para 4,1% no ano passado, enquanto no TESC houve aumento de 44,5% para 45,7%. 

Essa grande diferença de margem reflete os diferentes focos de atuação da companhia, uma trading exportadora, e do TESC, um terminal portuário cujo faturamento provém do serviço de elevação prestado. Daí porque Humberg reforçou junto aos analistas os frutos da aposta do grupo em contar com as duas atividades. A Agribrasil foi fundada há pouco mais de dez anos, e a aquisição da participação no TESC foi concluída em 2022.

O empresário se mostrou otimista quanto aos negócios em 2025, tendo em vista, sobretudo, o forte crescimento estimado para as colheitas de soja e milho no Brasil nesta safra 2024/25 – que tendem não só a se recuperar da quebra de 2023/24, mas a bater novos recordes. Ele também lembrou, finalmente, que deverá haver uma revisão na tabelas de valores cobrados pelo serviço de elevação no TESC, o que também beneficiará os resultados do terminal.

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