BRF tem melhor resultado da história; Marfrig reverte prejuízo com dinheiro do Minerva

Dona da Sadia e Perdigão volta a fechar no azul depois de dois anos no vermelho e ajuda sua controladora a respirar após custos em alta nos EUA
Alexandre Inacio

A BRF teve em 2024 o melhor desempenho da sua história. Ainda que os números possam ter ficado abaixo das expectativas de alguns analistas, a companhia liderada por Miguel Gularte apresentou melhoras significativas em praticamente todos os seus indicadores e voltou a dar lucro, o que não acontecia desde 2021.

O lucro líquido do quarto trimestre do ano passado cresceu 15%, para R$ 868 milhões, em comparação ao mesmo período de 2023. A receita avançou 21,6% e alcançou R$ 17,5 bilhões, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) aumentou 47,2%, para R$ 2,8 bilhões.

“Esse trimestre fecha um ano histórico para a BRF, em que a empresa apresenta um resultado econômico, financeiro e, principalmente, de performance muito relevante”, disse Gularte em conversa com jornalistas.

A performance a que Gularte se refere é a operacional, medida pelo programa Programa BRF Mais. A companhia conseguiu capturar R$ 1,5 bilhão em eficiências, com destaque para a conversão alimentar dos animais, a produtividade fabril e ocupação das fábricas.

E se a empresa comemorou o desempenho de 2024, para 2025 as expectativas positivas permanecem. Para Fabio Mariano, vice-presidente financeiro e de relações com investidores, os fundamentos que garantiram os resultados de 2024 devem se manter para 2025.

“Ainda temos bons momentos para os preços de proteínas em praticamente todos os destinos. Isso vale para a proteína do frango, do suíno e vale também para um bom ambiente no consumo dos processados no Brasil”, disse o executivo.

Resultado da Marfrig

Por outro lado, a Marfrig teve um ano difícil. O quarto trimestre foi decisivo para o resultado anual. Nos últimos três meses de 2024, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 2,57 bilhões, 215 vezes maior que os modestos R$ 12 milhões do quarto trimestre de 2023. Assim, o lucro líquido anual ficou em R$ 2,79 bilhões, fazendo com que a empresa revertesse o prejuízo de R$ 1,51 bilhão do ano anterior.

Já o Ebitda trimestral cresceu 37,1%, para R$ 3,74 bilhões. Contudo, 74% desse resultado vem do desempenho das operações da BRF. As operações da América do Sul contribuíram com 17% e as da América do Norte com apenas 9%.

Além do desempenho positivo da BRF, outro fator determinante para salvar o ano da Marfrig foram os recursos recebidos pela empresa com a venda de ativos na América do Sul para a Minerva. No final de outubro a Marfrig viu seu caixa engordar em R$ 5,68 bilhões, referente às unidades do Brasil, Chile e Argentina.

Para 2025, a companhia espera tirar do sapato a pedra que incomodou os negócios ao longo de todo ano. A operação da América do Norte viu seu Ebitda cair 22% no quarto trimestre, para US$ 62 milhões.

Tim Klein, CEO das operações da região, disse que o mercado começa a ver uma redução no abate de fêmeas. Segundo ele, a perspectiva de queda na taxa de juros e a melhora nas condições climáticas são incentivos para que a retenção de fêmeas comece em 2025. “Mas ainda não há um sinal claro que essa retenção já tenha começado”, disse.

Se o ciclo do boi pode estar melhorando nos Estados Unidos, no Brasil a situação pode estar mudando para pior. Depois de dois anos de oferta crescente na disponibilidade de animais para abate, o Brasil poderá ter uma situação diferente em 2025.

“Será um ano de transição. A expectativa é que o abate caia entre 2% e 3%, mas, ainda assim, será um volume elevado, após o recorde de abates em 2024”, disse Rui Mendonça, CEO das operações da Marfrig na América do Sul. 

Vendas de defensivos biológicos somaram R$ 4,4 bilhões em 2024/25, diz Kynetec

Segundo a empresa, aumento em relação à temporada 2023/24 foi de 18%

Produtividade dos canaviais do Centro-Sul deu sinais de reação em outubro

Segundo o CTC, média alcançou 64,6 toneladas por hectare, 4,3% mais que no mesmo mês de 2024

Receita das exportações brasileiras de café cresceu 12,6% em outubro

Segundo o Cecafé, volume dos embarques recuou 20% ante o mesmo mês de 2024; setor espera o fim do tarifaço americano

Após tragédia causada por tornados, novas tempestades ameaçam o Sul

Amanda Balbino, agrometeorologista da Ampere Consultoria, alerta para novos riscos na região, incluindo vento forte e granizo

Resenha NPagro: A COP-30, com alertas da FAO e oportunidades para o Brasil

Inscreva-se para receber
as notícias gratuitamente

Ao inserir seu e-mail, você concorda em receber a newsletter do NPAgro. Você pode cancelar sua inscrição a qualquer momento

MAIS LIDAS

Economia

Ministério da Fazenda suspende financiamentos do Plano Safra 2024/25

Secretaria do Tesouro enviou ofício às instituições financeiras determinando a suspensão de novas contratações de crédito rural subvencionado

Indústria

Faturamento da C.Vale caiu 10% em 2024, mas sobras aumentaram 25%

Receita da cooperativa paranaense alcançou R$ 22 bilhões, prejudicada por grãos

Insumos

Solubio volta a crescer e aposta em nova microalga para consolidar retomada

Após dois anos difíceis, empresa de biológicos “on farm” teve Ebitda recorde no 1º trimestre e prevê faturar mais de R$ 200 milhões este ano