A colheita de soja caminha para a reta final no país nesta safra 2024/25 e um no recorde nacional será batido, mas as perdas em algumas regiões produtivas do Centro-Sul, sobretudo no Rio Grande do Sul, continuam a se aprofundar em decorrência do clima quente e com chuvas irregulares.
Segundo levantamento da AgRural, até quinta-feira a colheita foi concluída em 82% da área semeada no Brasil, ante 77% na semana anterior e 74% no mesmo período do ano anterior, quando estavam em andamento os trabalhos referentes ao ciclo 2023/24. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) calcula a área em 47,5 milhões de hectares, 2,8% maior que em 2023/24.
Situadas no extremo sul, as lavouras gaúchas são sempre as últimas a serem colhidas, e por lá os trabalhos foram encerrados em 24% da área de cultivo, contra 10% um ano antes, conforme dados da Emater/RS. De acordo com o órgão, a área de soja chegou a 6,7 milhões de hectares neste ciclo, com leve aumento de 0,3%.
Embora a colheita esteja mais acelerada, o clima adverso deverá provocar uma queda de 20,3% na produtividade média das plantações gaúchas, para 2.240 quilos por hectare, segundo a estimativa mais recente da Emater/RS. Com isso, a produção está calculada pelo órgão, por enquanto, em 15,1 milhões de toneladas, em queda de 17,4% ante 2023/24.
“Nas áreas a oeste, foram registradas perdas que inviabilizam economicamente a colheita. Já em partes do Planalto e nos Campos de Cima da Serra, as produtividades estão próximas ao potencial das cultivares, ultrapassando 4 mil kg/ha, em cultivos beneficiados por precipitações regulares. Nas zonas críticas, observa-se aumento expressivo de demandas por cobertura do Proagro”, informou a Emater/RS.
Nesse contexto, revisões para baixo são esperadas pelo mercado, uma vez que as chuvas mais regulares esperadas para março em área secas não vieram, como realçou a consultoria Agroconsult na semana passada. No plano nacional, a consultoria espera que a produção de soja alcance 172,1 milhões de toneladas, contra as 165,9 milhões previstas pela AgRural e as 167,4 milhões projetadas pela Conab.
Em todos os casos, os volumes calculados são puxados pela recuperação de Mato Grosso, que na temporada 2023/24 sofreu também com as temperaturas elevadas e as chuvas irregulares, e representam novos recordes históricos.
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