O ano passado não foi fácil para a paranaense Cocamar. Como praticamente todo o setor no Estado, a cooperativa agrícola, uma das maiores do país, foi afetada pela conjuntura negativa formada por quebra de safra e redução dos preços de grãos, e viu seus principais resultados recuarem. Passada a tormenta, contudo, o cenário é de retorno aos trilhos do crescimento em 2025, que também será marcado pelo início da construção de uma nova fábrica de processamento de soja em Maringá, o maior investimento da história do grupo.
Em 2024, a receita da Cocamar diminuiu 23%, para R$ 10,4 bilhões, e suas sobras (lucros) recuaram 28%, para R$ 430 milhões. “Diante das condições adversas que enfrentamos no ano, não foram resultados ruins. Voltaremos a crescer em 2025”, afirmou o vice-presidente da cooperativa, José Cícero Aderaldo, ao NPagro. Zico, como é conhecido o executivo, está confiante sobretudo graças à tendência de aumento do volume de grãos a ser movimentado, que deverá registrar salto expressivo em relação a 2024.
No ano passado, a Cocamar recebeu menos de 3 milhões de toneladas de grãos de seus associados, bem abaixo do previsto. Em números redondos, foram 1,5 milhão de toneladas de soja, 1,4 milhão de milho e 60 mil de trigo. Para 2025, a expectativa é de recebimento de 2,5 milhões de toneladas de soja, 2 milhões de milho e, novamente, 60 mil de trigo. Poderia ser até um pouco mais, mas o clima ainda não é o ideal, embora mais favorável que no ano passado. “Inicialmente, prevíamos receber 2,75 milhões de toneladas de soja, mas esse volume não deverá ser alcançado”, disse Zico.
De qualquer forma, as nuvens que perduram no horizonte não vão atrapalhar o início do maior investimento da Cocamar. Orçadas em R$ 750 milhões, as obras da nova esmagadora de soja da cooperativa em Maringá deverão começar em abril, com conclusão prevista para 2027. Cerca de 65% do investimento previsto virá de um financiamento da Finep com taxas mais atraentes que as praticadas no mercado, em função de inovações previstas na unidade.
A planta terá capacidade para processar 5 mil toneladas de soja por dia. Depois que ela começar a rodar, a menor das duas fábricas da Cocamar que hoje operam em Maringá, com capacidade para 500 toneladas por dia, será fechada. A maior das duas, para 2,5 mil toneladas por dia, continuará em ação. Zico calcula o potencial de faturamento da nova planta em R$ 3,5 bilhões por ano, e adianta que, no futuro, ela poderá ser ampliada com produção de biodiesel, por exemplo.
Afora esse investimento, a Cocamar pretende continuar a expandir a capacidade de armazenagem de grãos. Em 2024, a capacidade cresceu em 400 mil toneladas, para 2,7 milhões (capacidade estática), graças a aportes que começaram em 2023. Também no ano passado, teve início a construção de um entreposto com capacidade estática para 150 mil toneladas em Água Boa, Mato Grosso. Inaugurado em janeiro, é atualmente o maior entreposto da cooperativa.
De acordo com Zico, os planos do grupo incluem ampliações expressivas de pelo menos dois entrepostos e a construção de um novo. “Mas esses são investimentos que dependerão das condições da linhas de armazenagem do próximo Plano Safra, que entrará em vigor em julho”, afirmou o vice-presidente. Esses projetos estão orçados, no total, em R$ 160 milhões.
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