IBGE confirma abate recorde de 16,9 milhões de fêmeas em 2024

Volume histórico representou 43% de todo abate da pecuária bovina no ano passado e um crescimento de 19% em comparação aos dados de 2023
Alexandre Inacio
(Crédito: Wenderson Araujo/Sistema CNA/Senar)

A pecuária brasileira nunca abateu tantas fêmeas quanto em 2024. Já havia um consenso no mercado que o descarte do ano passado seria o maior da história, faltava apenas saber o número. Agora, não falta mais.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) atualizou hoje os dados de abate bovino do Brasil. Segundo a entidade, foram abatidas 16,9 milhões de fêmeas no ano passado, número que representa um crescimento de 19% em comparação a 2023.

O ritmo de crescimento do abate de fêmeas superou, inclusive, o de machos, que teve um aumento de 12%. Foram 22,4 milhões de cabeças em 2024, contra 19,9 milhões em 2023.

Com a atualização, o IBGE confirma que 43% do total de 39,3 milhões de cabeças abatidas no ano passado foram de fêmeas. Percentualmente, essa também é a maior proporção no descarte de matrizes em toda a série histórica.

Apesar dos recorde do abate de fêmeas em 2024, os números do último trimestre do ano podem confirmar uma tendência ainda muito discutida entre pecuaristas e frigoríficos e ainda sem um consenso, pelo menos até agora. Pelo segundo trimestre consecutivo, o número de fêmeas abatidas recuou em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Entre outubro e dezembro, foram abatidas 3,81 milhões de cabeças, uma queda de 9,8% em comparação ao terceiro trimestre do ano passado. Foi a primeira vez no ano que o abate trimestral de matrizes ficou abaixo de 4 milhões de cabeças.

Na prática, o dado demonstra um maior interesse do pecuarista em manter as matrizes nas fazendas, dada a valorização dos preços do bezerro no mercado. Apenas nos últimos três meses de 2024, a valorização acumulada foi de 24%, segundo o Cepea.

Todo esse movimento pode representar exatamente a virada do ciclo da pecuária, quando a oferta total de animais aos frigoríficos fica menor devido à retenção das fêmeas para produção de bezerros.

Ainda que a queda no abate de fêmeas pelo segundo trimestre consecutivo possa representar a virada do ciclo pecuário, alguns analistas acreditam que os patamares de abate ainda são muito elevados. Estimativas do mercado e dos próprios frigoríficos apontam para uma queda no abate entre 2% e 3% em 2025. Os mais pessimistas sugerem um corte de 5%.

Ainda que o pior cenário se concretize, o abate projetado para o Brasil neste ano passaria a ser de 37,3 milhões de cabeças. Seria o segundo melhor desempenho da história, atrás apenas do recorde de 2024.

Lucro líquido da 3tentos caiu 36,2% no 3º trimestre; Ebitda recuou 51,4%

Receita líquida da companhia de grãos, insumos e biocombustíveis aumentou 42,9%, para quase R$ 5 bilhões

Lucro líquido da JBS caiu 16,2% no 3º trimestre; Ebidta recuou 14,8%

Receita líquida da companhia cresceu para 22,6 bilhões, um novo recorde

Vendas de defensivos biológicos somaram R$ 4,4 bilhões em 2024/25, diz Kynetec

Segundo a empresa, aumento em relação à temporada 2023/24 foi de 18%

Após tragédia causada por tornados, novas tempestades ameaçam o Sul

Amanda Balbino, agrometeorologista da Ampere Consultoria, alerta para novos riscos na região, incluindo vento forte e granizo

Resenha NPagro: A COP-30, com alertas da FAO e oportunidades para o Brasil

Inscreva-se para receber
as notícias gratuitamente

Ao inserir seu e-mail, você concorda em receber a newsletter do NPAgro. Você pode cancelar sua inscrição a qualquer momento

MAIS LIDAS

Economia

Ministério da Fazenda suspende financiamentos do Plano Safra 2024/25

Secretaria do Tesouro enviou ofício às instituições financeiras determinando a suspensão de novas contratações de crédito rural subvencionado

Indústria

Faturamento da C.Vale caiu 10% em 2024, mas sobras aumentaram 25%

Receita da cooperativa paranaense alcançou R$ 22 bilhões, prejudicada por grãos

Insumos

Solubio volta a crescer e aposta em nova microalga para consolidar retomada

Após dois anos difíceis, empresa de biológicos “on farm” teve Ebitda recorde no 1º trimestre e prevê faturar mais de R$ 200 milhões este ano