Liderada pela tilápia, a produção de peixes de cultivo do país beirou 1 milhão de toneladas em 2024. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), foram 968,7 mil toneladas, um recorde 9,2% superior ao volume do ano anterior (887 mil). Já a produção de peixes nativos recuou 1,8% na comparação, para 258,7 mil toneladas, pressionada pela menor oferta na região amazônica.
Francisco Medeiros, presidente-executivo da Peixe BR, realça que o avanço da produção de peixes de cultivo prevaleceu mesmo com as oscilações de preços do carro-chefe do segmento. Ocorre que o forte aumento do alojamento de tilápias em 2023 pressionou o mercado no ano passado, sobretudo no segundo semestre, mas mesmo assim a produção da espécie cresceu 14,4%, para 662,2 mil toneladas (68,4% do total).
O comércio exterior de peixes de cultivo também foi movimentado em 2024. No primeiro trimestre, foi suspensa a possibilidade de liberação das importações de tilápias do Vietnã para a realização de novas análises de risco, abertura que preocupava os produtores brasileiros. E, nas exportações, houve disparada. Segundo dados consolidados por Manoel Xavier Pedroza Filho e Hainnan Souza Rocha, pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura, o volume cresceu 102%, para 13,8 mil toneladas, e a receita subiu 138%, para US$ 59 milhões.
Segundo os pesquisadores, os principais impulsos para esse salto foram a queda de preços no Brasil e o incremento das vendas de tilápias aos Estados Unidos, principalmente de filés frescos. Com isso, o Brasil assumiu lugar de destaque nas exportações de peixes de cultivo aos EUA, superando Peru, China, Canadá e Japão, e os americanos foram responsáveis por 89% da receita total dos embarques brasileiros de peixes de cultivo no ano passado.
Peixes nativos
No caso dos peixes nativos, a produção, concentrada na região Norte, caiu abaixo de 260 mil toneladas e respondeu por 26,7% da produção de peixes de cultivo, confirmando uma tendência de queda que já dura alguns anos. Isso embora a demanda tenha permanecido firme e os preços, atraentes. “É preciso união de todos os envolvidos, incluindo os órgãos públicos responsáveis, para que os peixes nativos retomem o ritmo de crescimento da oferta, pois o produto é de excelente qualidade e há mercado para conquistar”, disse Francisco Medeiros.
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