Pedidos de recuperação judicial no agro dobram e mudam de perfil

Solicitações de agricultores que operam como pessoa física superam empresas do agro e produtores que atuam como PJ
Alexandre Inacio
(Crédito: Tony Oliveira/Sistema CNA/Senar)

Os pedidos de recuperação judicial (RJ) no agronegócio tiveram uma disparada em 2024. Dados da Serasa Experian mostram que as solicitações de proteção contra credores cresceram 2,4 vezes em comparação a 2023 e somaram 1.272.

Nesse montante, são considerados os pedidos por agricultores que operam como pessoa física, agricultores que trabalham como pessoa jurídica e também empresas relacionadas ao agronegócio. 

“A alta da taxa de juros, aliada ao aumento dos custos de produção foram alguns dos desafios principais e, para além disso, tivemos o agravante das adversidades climáticas”, disse Marcelo Pimenta, chefe de agronegócios da Serasa Experian.

Além do forte crescimento no número de RJ no agro, 2024 foi marcado por uma mudança no perfil dos solicitantes. Os produtores rurais que atuam como pessoa física passaram a representar a maior fatia dos pedidos de RJ.

De um ano para o outro, a fatia praticamente dobrou de tamanho. Em 2023, os agricultores que operam como pessoa física foram responsáveis por 23,8% dos pedidos. Em 2024, a parcela passou para 44,5%.

De acordo com o levantamento da Serasa Experian, do total de pedidos da população rural pessoa física, 224 deles foram feitos por aqueles que não possuem propriedades no campo, ou seja, possíveis arrendatários de terras, grupos econômicos ou familiares relacionados ao setor. Os grandes proprietários foram responsáveis por 132 solicitações, os pequenos por 113 e os médios, 97.

As solicitações dos agricultores que atuam como pessoa física superaram as das empresas do agro. No ano passado, o segmento empresarial foi responsável por 23,3% do total de pedidos, parcela bem inferior aos 45,9% do ano anterior.

Na análise da Serasa, os setores empresariais que mais apresentaram pedidos de RJ foram “Agroindústrias de Transformação Primária” (73), “Serviços de Apoio à Agropecuária” (64), “Industrias de Processamento de Agroderivados” (58), “Comércio Atacadista de Produtos Agropecuários Primários” (33) e “Revendedores de Insumos Agropecuários (exceto máquinas)” (32).

Já entre os produtores que atuaram como PJ em 2024, a participação no total de pedidos ficou praticamente estável, passando de 30,3% em 2023 para 32,2% em 2024. De acordo com a Serasa Experian, a análise dos TOP5 setores mostrou que o “Cultivo de Soja” concentrou o maior número de recuperações judiciais (222), seguido pela “Criação de Bovinos” (75), o “Cultivo de Cereais” (49), o “Cultivo de Café” (16) e o “Cultivo de Algodão herbáceo e de outras fibras de lavoura temporária” (10).

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