As exportações de carne de frango do Brasil voltaram a recuar em junho, em razão das barreiras erguidas por importadores depois da confirmação do primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade no país, em Montenegro (RS), em meados de maio. Em diversos mercados, embargos foram amenizados ou retirados após o status brasileiro de livre da gripe ter sido restabelecido, em 18 de junho, mas em destinos como China e União Europeia proibições totais continuam em vigor.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os embarques alcançaram 343,4 mil toneladas e renderam US$ 637 milhões em junho, com quedas de 21,2% e 19,7%, respectivamente, em relação ao mesmo mês do ano passado. Foi o segundo mês seguido de retração, mas mesmo assim o volume exportado cresceu 0,5% no primeiro semestre, para 2,6 milhões de toneladas, enquanto a receita subiu 5%, para US$ 4,871 bilhões.
De janeiro a junho, o principal destino das vendas da proteína ao exterior foram os Emirados Árabes Unidos, que compraram 231,1 mil toneladas (-3,7%). Em seguida vieram a China, com 228,6 mil toneladas (-17,2%), a Arábia Saudita, com 201,9 mil (-2%), o Japão, com 198,2 mil (-7,5%), a África do Sul, com 133,9 mil (-20,3%), a União Europeia, com 125,3 mil (+20,8%), as Filipinas, com 122,8 mil (+2,2%), e o México, com 89,9 mil toneladas (+7,7%).
“Por um lado, o saldo registrado em maio e junho demonstrou um impacto real inferior ao que se chegou a especular com as suspensões decorrentes do único foco identificado e já resolvido de influenza aviária em produção comercial no país. Com a publicação da autodeclaração do Brasil de livre de influenza aviária junto à Organização Mundial de Saúde Animal, a maioria dos mercados retomou o fluxo das importações e outros deverão restabelecê-lo em breve. A expectativa é que ocorra uma significativa evolução nos níveis dos embarques neste segundo semestre, ampliando o resultado positivo esperado para este ano”, afirma o presidente da ABPA, Ricardo Santin, em nota.
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura na quinta-feira, 23 dos países que haviam imposto restrições à carne de frango do Brasil após a confirmação do caso em Montenegro já retiraram as travas. Nove países, incluindo a China, e a União Europeia continuam com bloqueios totais, 18 seguem a barrar o produto do Rio Grande do Sul e dois ainda não aceitam cargas de Montenegro. O Japão não está comprando carne de frango dos municípios gaúchos de Montenegro, Campinápolis e Santo Antônio da Barra.
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