Em relatório mensal de oferta e demanda de grãos divulgado ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) fez pequenos ajustes em suas estimativas para estoques iniciais, produção, consumo, comércio e estoques finais de milho no mundo nesta safra 2024/25, mas o resultado final dessa combinação de correções foi praticamente o mesmo indicado em março: a relação global entre a oferta e a demanda do cereal é uma das mais apertadas dos últimos anos, o que colabora para oferecer sustentação às cotações no mercado internacional.
Nas novas contas do órgão americano, em 2024/25 os estoques finais previstos (287,65 milhões de toneladas) equivalem a 23,2% do consumo mundial total (1,242 bilhão de toneladas), enquanto no relatório anterior a equação resultava em 23,3%. Segundo analistas, o ponto de equilíbrio está entre 27% e 28%, o que significa que o número indicado é baixo. Na temporada 2023/24, os estoques finais foram equivalentes a 25,8% do consumo, enquanto em 2022/23 o percentual ficou em 26%.
A produção, de acordo com o USDA, é liderada pelos Estados Unidos, com 377,63 milhões de toneladas nesta safra, seguidos por China (294,92 milhões de toneladas) e Brasil (126 milhões). No consumo, a liderança também é americana, com 321,07 milhões de toneladas, um volume pouco superior ao chinês (313 milhões), e os EUA estão igualmente na ponta nas exportações, com 64,77 milhões de toneladas, à frente de Brasil (44 milhões) e Argentina (36 milhões). O México puxa as importações, com 25 milhões de toneladas.
Esses mesmos atores aparecem com destaque no quadro da soja, no qual a relação entre oferta e demanda é mais folgado, o que ajuda a explicar os preços menos atraentes que os do milho atualmente no mercado internacional. No relatório de ontem do USDA, os estoques finais globais (122,47 milhões de toneladas) equivalem a 29,8% do consumo mundial (410,67 milhões) em 2024/25, ante os 29,7% previstos em março. Na temporada 2023/24, o percentual chegou a 30,1%, e em 2022/23, foi de 27,8%.
No cenário traçado pelo USDA para esta safra que está chegando ao fim, o Brasil lidera a produção, com 169 milhões de toneladas, seguido por EUA (118,84 milhões), Argentina (49 milhões) e China (20,65 milhões). O consumo é impulsionado por China (128,9 milhões de toneladas), EUA (68,96 milhões) e Brasil (61,1 milhões). O Brasil também é o maior exportador de soja do mundo, com 105,5 milhões de toneladas previstas para 2024/25, seguido por EUA (49,67 milhões) e Paraguai (7,3 milhões), enquanto a China responde por 60,8% das importações mundiais, com 109 milhões de toneladas.
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