USDA confirma relação global apertada entre oferta e demanda de milho

No mercado de soja, situação é mais folgada, o que explica os preços menos atraentes do grão
Fernando Lopes
(Crédito: Wenderson Araujo/Sistema CNA/Senar)

Em relatório mensal de oferta e demanda de grãos divulgado ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) fez pequenos ajustes em suas estimativas para estoques iniciais, produção, consumo, comércio e estoques finais de milho no mundo nesta safra 2024/25, mas o resultado final dessa combinação de correções foi praticamente o mesmo indicado em março: a relação global entre a oferta e a demanda do cereal é uma das mais apertadas dos últimos anos, o que colabora para oferecer sustentação às cotações no mercado internacional.

Nas novas contas do órgão americano, em 2024/25 os estoques finais previstos (287,65 milhões de toneladas) equivalem a 23,2% do consumo mundial total (1,242 bilhão de toneladas), enquanto no relatório anterior a equação resultava em 23,3%. Segundo analistas, o ponto de equilíbrio está entre 27% e 28%, o que significa que o número indicado é baixo. Na temporada 2023/24, os estoques finais foram equivalentes a 25,8% do consumo, enquanto em 2022/23 o percentual ficou em 26%.

A produção, de acordo com o USDA, é liderada pelos Estados Unidos, com 377,63 milhões de toneladas nesta safra, seguidos por China (294,92 milhões de toneladas) e Brasil (126 milhões). No consumo, a liderança também é americana, com 321,07 milhões de toneladas, um volume pouco superior ao chinês (313 milhões), e os EUA estão igualmente na ponta nas exportações, com 64,77 milhões de toneladas, à frente de Brasil (44 milhões) e Argentina (36 milhões). O México puxa as importações, com 25 milhões de toneladas.

Esses mesmos atores aparecem com destaque no quadro da soja, no qual a relação entre oferta e demanda é mais folgado, o que ajuda a explicar os preços menos atraentes que os do milho atualmente no mercado internacional. No relatório de ontem do USDA, os estoques finais globais (122,47 milhões de toneladas) equivalem a 29,8% do consumo mundial (410,67 milhões) em 2024/25, ante os 29,7% previstos em março. Na temporada 2023/24, o percentual chegou a 30,1%, e em 2022/23, foi de 27,8%.

No cenário traçado pelo USDA para esta safra que está chegando ao fim, o Brasil lidera a produção, com 169 milhões de toneladas, seguido por EUA (118,84 milhões), Argentina (49 milhões) e China (20,65 milhões). O consumo é impulsionado por China (128,9 milhões de toneladas), EUA (68,96 milhões) e Brasil (61,1 milhões). O Brasil também é o maior exportador de soja do mundo, com 105,5 milhões de toneladas previstas para 2024/25, seguido por EUA (49,67 milhões) e Paraguai (7,3 milhões), enquanto a China responde por 60,8% das importações mundiais, com 109 milhões de toneladas.

Preços dos CBios voltaram a recuar na B3 em outubro, destaca ItaúBBA

Negociação de créditos de descarbonização recuou 33% na comparação com o mesmo mês de 2024

Abates de bovinos bateram novo recorde em Mato Grosso em outubro

Segundo o Imea, com o empurrão dos confinamentos o volume alcançou 715,3 mil cabeças, 9% mais que em setembro

Lucro líquido da Boa Safra cresceu 26% no 3º trimestre; Ebitda aumentou 54%

Receita líquida da empresa de sementes registrou alta de 56%, para R$ 1,1 bilhão

Após tragédia causada por tornados, novas tempestades ameaçam o Sul

Amanda Balbino, agrometeorologista da Ampere Consultoria, alerta para novos riscos na região, incluindo vento forte e granizo

Resenha NPagro: A COP-30, com alertas da FAO e oportunidades para o Brasil

Inscreva-se para receber
as notícias gratuitamente

Ao inserir seu e-mail, você concorda em receber a newsletter do NPAgro. Você pode cancelar sua inscrição a qualquer momento

MAIS LIDAS

Economia

Ministério da Fazenda suspende financiamentos do Plano Safra 2024/25

Secretaria do Tesouro enviou ofício às instituições financeiras determinando a suspensão de novas contratações de crédito rural subvencionado

Indústria

Faturamento da C.Vale caiu 10% em 2024, mas sobras aumentaram 25%

Receita da cooperativa paranaense alcançou R$ 22 bilhões, prejudicada por grãos

Insumos

Solubio volta a crescer e aposta em nova microalga para consolidar retomada

Após dois anos difíceis, empresa de biológicos “on farm” teve Ebitda recorde no 1º trimestre e prevê faturar mais de R$ 200 milhões este ano