Zanlorenzi avança em sucos e se consolida como indústria de bebidas

Mas os vinhos continuam com peso expressivo nas vendas da empresa, que vê na boa safra de uvas um forte impulso para os negócios
Fernando Lopes

A produção de uvas deverá alcançar um dos maiores volumes da história nesta safra no Rio Grande do Sul, e não há nada melhor do que isso para impulsionar os negócios da Zanlorenzi Bebidas. Boa parte da fruta usada nos vinhos e sucos produzidos pela empresa vem da Serra Gaúcha, e nesta temporada o clima foi favorável na região, em quantidade e qualidade. “É uma safra histórica”, resumiu Mateus Poggere, diretor de Produto e Estratégia da companhia.

A Zanlorenzi nasceu em Campo Largo, no Paraná, em 1942, com foco na produção de vinho de mesa. Adversidades climáticas que prejudicaram o polo paranaense de uvas na década de 1970 levaram a empresa a migrar para São Marcos, na Serra Gaúcha, e ali investimentos em um novo parque industrial de envase, em 2017, estimularam a expansão do portfólio, que já contava com suco de uva integral desde 2009.

A conhecida irregularidade do clima no Rio Grande do Sul motivou a companhia a buscar novas fronteiras para sua produção de uvas, vinhos e sucos, para diluir riscos, e em 2020 a Zanlorenzi adquiriu uma fazenda de 400 hectares em Lagoa Grande (PE), no Vale do São Francisco. Em 2022, a empresa inaugurou uma nova fábrica em Petrolina (PE), e de lá para cá o portfólio continuou a ser ampliado, o alcance das vendas no Brasil cresceu e as exportações ganharam força.

Atualmente, a Zanlorenzi conta com sete marcas de bebidas e mais de 50 rótulos. Os sucos de uva e de outras frutas, como laranja, pêssego e goiaba, além de chás e água de coco, já representam aproximadamente 60% do faturamento (cujo valor não é revelado), e as exportações chegam a Argentina, Paraguai, Angola, Reino Unido e Filipinas. Se em Lagoa Grande a produção de uvas é própria, no Rio Grande do Sul a empresa trabalha com a colheita entregue por cerca de 2 mil agricultores familiares. As demais frutas processadas nas unidades da companhia são produzidas por parceiros.

Mas a uva representa 80% do negócio, e por isso a boa safra gaúcha, que deverá render mais de 700 mil toneladas no total, é tão comemorada. De acordo com Poggere, com esse aumento da oferta de uvas a Zanlorenzi prevê produzir, ao todo, cerca de 25 milhões de garrafas (a maior parte entre 750 ml a 1 litro) de vinhos, espumantes e sucos em 2025, 15% mais que em 2024. E, com a estabilidade da oferta no Vale do São Francisco, garantida pela irrigação, os planos de ampliar a presença no Nordeste e no Norte do Brasil tendem a ganhar fôlego.

“Em 2024, houve quebra de 40% na safra gaúcha, para cerca de 400 mil toneladas. Com a recuperação deste ano, poderemos ampliar as vendas e recompor nossos estoques com produtos de qualidade”, afirmou o executivo ao NPagro. No cenário de expansão traçado pela Zanlorenzi, além do avanço no Nordeste e no Norte do país e da possibilidade de iniciar exportações para Europa e Estados Unidos, está a ampliação da produção de espumantes, que hoje respondem por 5% das vendas, contra 35% dos vinhos.

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