Impulsionada por Mato Grosso, a produção de etanol de milho continua a conquistar espaço na matriz brasileira de combustíveis, a ponto de compensar eventuais quedas da fabricação do tradicional álcool feito da cana e garantir o aumento da oferta do biocombustível no mercado. Com o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30% no país, a partir de 1º de agosto, esse protagonismo tende a ganhar ainda mais destaque e gerar novos investimentos, que apenas no Estado do Centro-Oeste deverão superar R$ 6 bilhões nas safras 2025/26 e 2026/27.
Os recursos que estão sendo aportados deverão resultar na inauguração de duas novas unidades nesta temporada e três na próxima, segundo informações do Bioind MT. A entidade representa 15 usinas de bioenergia em operação em Mato Grosso, que atuam na produção de açúcar, etanol de primeira e segunda geração, DDG (subproduto do etanol de milho usado em nutrição animal), biogás e biometano, além da cogeração de energia a partir de biomassa. “Vamos continuar crescendo”, afirmou Giuseppe Lobo, diretor-executivo do Bioind MT, ao NPagro.
No cenário de longo prazo traçado pela entidade, esse avanço virá com o contínuo crescimento da produção de milho em Mato Grosso. No ciclo 2024/25, cuja colheita da safrinha está em andamento, a produção do cereal no Estado deverá girar em torno de 50 milhões de toneladas, e o Bioind MT projeta que o volume chegará a 100 milhões nos próximos anos.
Em 2024/25, de acordo com cálculos da entidade feitos em conjunto com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea/Famato), a fabricação de etanol de milho chegará a 5,6 bilhões de litros, feitos a partir da moagem de 12,5 milhões de toneladas do grão. Em 2025/26 serão 6 bilhões de litros, com o processamento de 13,3 milhões de toneladas de milho. A fabricação estadual de etanol de cana é da ordem de 1 bilhão de litros.
“O segmento vai muito bem, e a abertura do mercado chinês para o DDG do Brasil é um estímulo a mais, que ajuda a fechar a conta”, disse Lobo. O Bioind MT prevê que Mato Grosso vai produzir 2,7 milhões de toneladas de DDG em 2024/25, e que o volume vai atingir quase 3 milhões em 2025/26. Os embarques para o país asiático tendem a ter início este ano. Segundo o executivo, o segmento também está de olho nos biocombustíveis do futuro, como o SAF (aviação), e por isso investe na sustentabilidade e na rastreabilidade da produção de milho, vitais para que o etanol fabricado a partir do cereal garanta lugar nos novos mercados.
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