As elevadas produtividades observadas em boa parte dos polos do Centro-Norte levaram a Agroconsult a elevar sua estimativa para a produção brasileira de soja nesta safra 2024/25. Segundo números divulgados hoje pela consultoria, a colheita deverá somar 172,1 milhões de toneladas, ante as 171,3 milhões previstas em fevereiro e volume, recorde, 10,7% maior que o do ciclo 2023/24 (155,5 milhões de toneladas). A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trabalha com 167,4 milhões de toneladas em 2024/25.
O ajuste foi feito após o encerramento das avaliações do Rally da Safra em plantações do grão espalhadas pelo país. A expedição promovida pela Agroconsult percorreu mais de 62 mil quilômetros nos últimos três meses, e as conclusões vieram após a análise de 1.647 lavouras. Ao fim e ao cabo, a produtividade média das plantações foi calculada em 60 sacas de 60 quilos por hectare. A área plantada, definida com a ajuda de imagens de satélites, cresceu 2,1% e chegou a 47,8 milhões de hectares em 2024/25, conforme a Agroconsult (cerca de 300 mil a mais que o sinalizado pela Conab).
Entre os principais Estados produtores, os destaques positivos constatados pelos técnicos do Rally são os rendimentos recorde em Mato Grosso (66,5 sacas por hectare), que lidera a produção de soja no Brasil, Goiás (68), Minas Gerais (66,5) e Maranhão (63). Também foram constatados “ótimos potenciais produtivos” em Paraná (63,2 sacas por hectare), São Paulo (62), Santa Catarina (65,3) e Bahia (68), enquanto apresentam perdas consolidadas o Rio Grande do Sul (37,5 sacas por hectare) e Mato Grosso do Sul (51,1).
Em linhas gerais, afirmou André Pessôa, CEO da Agroconsult, durante a apresentação dos resultados do Rally, “é uma safra melhor que a encomenda” – para alívio dos produtores que amargaram quebra (sobretudo no Cerrado) e redução de preços no ciclo 2023/24. Como as cotações da soja também estão atualmente um pouco acima das expectativas iniciais, como realçou Pessôa, o cenário positivo ganha força. O grande ponto de atenção é novamente o Rio Grande do Sul, que em janeiro chegou a ter sua produtividade média prevista em 49,5 sacas por hectare, 12 a mais que o cálculo atual.
Segundo André Debastiani, coordenador do Rally da Safra, os danos causados pelo persistente clima quente e seco às lavouras gaúchas levaram a expedição a programar novas visitas ao Estado. A colheita foi concluída em cerca de 20% da área plantada no Rio Grande do Sul, e se não voltar a chover com regularidade – o que era esperado para janeiro e fevereiro, mas não aconteceu – as perdas poderão se aprofundar.
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