Alta dos preços da carne na China favoreceu resultados da FriGol no 2º trimestre

Lucro líquido da companhia alcançou R$ 86,6 milhões; Ebitda cresceu 235%, e receita líquida chegou a R$ 1 bilhão
Fernando Lopes
Luciano Pascon, CEO da FriGol (foto: Divulgação)

A FriGol, um dos maiores frigoríficos de carne bovina do país, encerrou o segundo trimestre do ano com lucro líquido de R$ 86,6 milhões, ante ganho de R$ 1,7 milhão em igual intervalo de 2024. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 234,6%, para R$ 154,1 milhões, enquanto a receita líquida da companhia aumentou 25% e atingiu a marca de R$ 1 bilhão.

“Os resultados positivos do trimestre são reflexos da melhora nos preços no mercado externo, principalmente na China, e de nossa estratégia de diversificação de destinos, optando pelos mais rentáveis”, afirma Luciano Pascon, CEO da FriGol, em nota. De abril a junho, as exportações representaram 56,3% do faturamento da empresa, 4,7 pontos percentuais a mais que no segundo trimestre do ano passado.

A China absorveu 77% das exportações da FriGol de abril a junho, mas, um ano antes, a participação havia sido de 81%. A fatia de Israel, segundo principal destino dos embarques, caiu de 7% para 6%, ao passo que a de Hong Kong recuou de 3% para 2%. Para outros mercados, a participação aumentou de 9% para 15%. União Europeia, Canadá, Chile e Arábia Saudita são alguns dos destaques entre esses outros destinos.

“Os resultados poderiam ser ainda melhores, se não fossem os primeiros reflexos do ciclo pecuário, com menor oferta de boi gordo e, consequentemente, a alta no valor da arroba de cerca de 40% na comparação com o segundo trimestre de 2024”, diz Carlos Corrêa, diretor Financeiro & Sustentabilidade da companhia. A FriGol abateu 155 mil bovinos de abril a junho, 8% menos que no segundo trimestre de 2024.

Segundo a empresa, suas contas a receber de clientes cresceram R$ 128,8 milhões na comparação trimestral (+144,6%), enquanto a conta estoques avançou R$ 20 milhões (+16,65%), acompanhando a expansão das operações. Houve, ainda, uma redução de R$ 52,9 milhões na “conta fornecedores”, e, no total, essas variações representaram um “desafio de financiamento” de R$ 201,7 milhões, que se refletiu em um aumento da dívida bruta de R$ 52,3 milhões e numa redução do caixa de R$ 152,9 milhões. A alavancagem continuou baixa, mas subiu de 1,2 para 1,5 vez.

A FriGol informou, ainda, que encerrou o segundo trimestre com caixa de R$ 206,8 milhões, e que se apropriou, no intervalo, de créditos de ICMS nos valores de R$ 19,9 milhões relativo a 2025 e de R$ 92,5 milhões de crédito extemporâneo, que impactaram positivamente o Ebitda e o lucro líquido. Mas, em contrapartida, também realizou provisões como o lançamento do PRR/Funrural de valores referentes à incidência do PIS e Cofins sobre o crédito presumido do ICMS.

 

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