O reflexo do aumento da produção na América do Sul e nos Estados Unidos sobre os estoques globais de soja tende a manter as cotações do grão sob pressão no mercado internacional nos próximos meses. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), os estoques finais deverão representar 31,7% da demanda mundial nesta safra 2024/25, ante 29,2% no ciclo 2023/24, nível também considerado elevado, e 27,6% em 2022/23.
Em 2024/25, de acordo com o USDA, a produção mundial deverá atingir 424,26 milhões de toneladas, 7,4% (29,29 milhões de toneladas) a mais que em 2023/24. O cenário traçado pelo órgão aponta que a demanda total, por sua vez, crescerá 5,5% (21,24 milhões de toneladas) na mesma comparação para 405,53 milhões de toneladas, e com isso os estoques finais globais chegarão a 128,37 milhões de toneladas, com alta de 14,2% (15,99 milhões de toneladas).
O Brasil, que encabeça a produção de soja no mundo, é diretamente responsável pelo aumento da oferta. Em recuperação após a quebra da safra 2023/24, a colheita no país está prevista pelo USDA em 169 milhões de toneladas em 2024/25, com aumento de 10,5% (16 milhões de toneladas). Nos EUA, o volume em 2024/25 alcançou 118,84 milhões de toneladas, um incremento de 4,9% (5,57 milhões de toneladas), e na Argentina, que completa o pódio dos maiores países produtores da oleaginosa, deverá somar 52 milhões de toneladas, 7,9% (3,79 milhões de toneladas) a mais.
No que se refere às exportações de soja em grão, a liderança também continua com o Brasil. Conforme o USDA, os embarques brasileiros deverão subir 1,3% em 2024/25 ante 2023/24, para 105,5 milhões de toneladas. As vendas dos EUA ao exterior tendem a crescer 7,7%, para 49,67 milhões de toneladas, ao passo que as da Argentina poderão registrar queda de 11,9%, para 4,5 milhões de toneladas – abaixo dos embarques dfo Paraguai (7,3 milhões de toneladas).
No outro prato da balança, a China segue com folga a liderar as importações. Mas, de acordo com o USDA, as compras do país asiático deverão chegar a 109 milhões de toneladas em 2024/25 (60,8% das importações totais), com baixa de 2,7% (3 milhões de toneladas) em relação ao volume do ciclo 2023/24.
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