A gigante alemã Bayer teve em 2024 perdas bilionárias, pelo segundo ano consecutivo. A companhia encerrou o ano passado com um prejuízo líquido de € 2,55 bilhões e viu sua principal unidade de negócios (Crop Science) encolher de tamanho.
Mesmo tendo fechado o ano no vermelho, o resultado pode ser encarado como positivo. Isso porque, o número de 2024 representa uma melhora de 13,3% em comparação ao prejuízo de € 2,94 bilhões de 2023.
A grande responsável pelo ano ruim foi a operação ligada ao agronegócio [Crop Science], a mais importante para a empresa em termos globais. As vendas de 2024 recuaram 4,3% em relação ao ano anterior, para € 22,25 bilhões.
Assim, a unidade de negócio que, sozinha, representou 48,9% de todas as vendas de 2023, viu sua participação ser reduzida para 47,7% no ano passado. Esse desempenho foi fundamental para enxugar em 2,2% a receita global da Bayer, para € 46,6 bilhões.
Com exceção da América do Norte, onde as vendas de Crop Science da Bayer cresceram 1,5%, todas as demais regiões registraram retração nos negócios. O destaque negativo ficou por conta da América Latina, onde as vendas recuaram 12,9% e somaram € 6,25 bilhões.
Segundo a companhia, os elevados estoques no varejo agrícola, a queda nos preços dos ingredientes ativos, a maior concorrência com os produtos genéricos e os preços mais baixos das commodities foram os grandes responsáveis pelo desempenho ruim da unidade de negócios.
“Apesar do declínio em relação aos anos anteriores, a inflação permaneceu alta, impactando os custos e exacerbando ainda mais o difícil ambiente de mercado para agricultores em todo o mundo e para a Crop Science”, disse a empresa em sua apresentação anual de resultados.
No caso específico da América Latina, a companhia informou que queda nas vendas reflete a menor área plantada com milho na região e aos preços reduzidos no segmento de proteção de cultivos.
“Dois mil e vinte e quatro exacerbou esses ventos contrários para o nosso negócio de Crop Science. Isso é evidente em nossos resultados e esperamos impacto contínuo em 2025”, disse Bill Anderson, CEO da Bayer.
O executivo prometeu entregar mais rentabilidade para o negócio agro da multinacional. Segundo ele, o negócio de Crop Science está exposto a pressões de custo exclusivas do setor, como a pressão de preços de produtos genéricos. “Isso tem corroído os lucros, especificamente em proteção de cultivos”, disse.
“Nossa equipe da Crop Science deu início a um plano abrangente para lidar com os ventos contrários dos lucros. O que quero enfatizar é que estamos buscando um caminho para impulsionar mais crescimento e melhorar significativamente nossas margens por meio de medidas sob nosso controle, disse Anderson.
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