Os reflexos da escassez de chuvas no segundo semestre de 2024 sobre as lavouras de arábica deverão limitar a produção brasileira de café na safra 2025/26, o que tende a colaborar para que os preços continuem em elevado patamar ou subam ainda mais. É o que prevê a Consultoria Agro do Itaú BBA, segundo relatório divulgado esta semana.
Segundo os analistas do banco, a colheita deverá alcançar, no total, 64,4 milhões de sacas de 60 quilos em 2025/26, 2 milhões a menos que o volume estimado para o ciclo atual (2024/25). A produção da espécie arábica está estimada em 40,9 milhões de sacas, com queda de 10%, enquanto a de robusta poderá crescer 12% e atingir 23,5 milhões de sacas.
“Pelo quinto ano consecutivo, a safra brasileira de café não atingirá seu potencial, desta vez associada ao longo período de seca de 2024 que comprometeu de maneira importante o pegamento das floradas das lavouras de arábica”, reforça o relatório.
Para os cafeicultores, o Itaú BBA acredita que será um período “muito favorável, principalmente para os de conilon e os de arábica com irrigação”, com relações de troca vantajosas em relação a fertilizantes, por exemplo. Mas, dessa forma, o horizonte deverá seguir “muito desafiador” para a indústria de torrefação e solúvel, em razão da alta de custos, e também para as tradings, já que “o mercado invertido e volátil deve continuar exigindo substanciais chamadas de margens, testando a solidez dos balanços das companhias”.
O balanço entre oferta e demanda deverá ficar particularmente apertado nos próximos quatro meses, antes da entrada no mercado dos primeiros lotes da próxima safra. Com a queda da produção, a projeção do banco para as exportações de café do país em 2025/26 também é de retração. O volume está estimado em 41,7 milhões de sacas, 6% menos que em 2024/25.
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