Colheita da safrinha de milho dita o comportamento dos preços dos fretes agrícolas

Segundo a Conab, houve quedas em boa parte dos Estados em maio, mas em Mato Grosso, por exemplo, os valores já subiram no mês
Fernando Lopes
(Crédito: Wenderson Araujo/Sistema CNA/Senar)

Embora tenham recuado em Estados como Goiás, Bahia, Piauí e São Paulo em maio ante abril, os preços dos fretes dos grãos aumentaram em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Maranhão, já sob a influência da colheita da volumosa safrinha de milho do ciclo 2024/25, que certamente vai superar 100 milhões de toneladas. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o movimento de alta continuou neste mês de junho e deverá continuar a dar o tom nos próximos meses.

“A perspectiva é de elevação gradativa nos fretes nos próximos meses. O Estado do Paraná também registrou elevação na demanda de fretes em diversas regiões. Com comportamento intermediário, Goiás e Piauí apresentaram mercados mais estáveis, ainda que com leve redução na movimentação”, informou a estatal, em boletim.

Nas principais rotas agrícolas da Bahia, as quedas em maio na comparação com abril foram de 4% a 9%. As maiores retrações foram no trecho entre Paripiranga e Feira de Santana, onde a média ficou em R$ 100 por tonelada, e entre o município baiano e Vitória, no Espírito Santo, com valor médio de R$ 200. Nos dois trechos, contudo, houve alta de 11% em relação a maio de 2024.

Nas rotas mais importantes de Mato Grosso, o preço médio do frete de grãos subiu até 6% ante abril. Foi o caso da alta do valor praticado entre Sorriso e Rondonópolis, que alcançou R$ 170 por toneladas, e de Primavera do Leste a Rondonópolis, com R$ 85. Na comparação com maio de 2024, houve aumentos de até 19% – entre Rondonópolis a Porto Velho (RO) -, mas houve algumas poucas baixas, com destaque para o preço cobrado entre Rondonópolis e Paranaguá, que caiu 6%, para R4 340 a tonelada.

Colheita da safrinha

Com a colheita de soja encerrada, o mercado de fretes de grãos agora se move de acordo com o andamento da colheita da safrinha. De acordo com a consultoria AgRural, os trabalhos foram concluídos em 18% da área plantada em 2024/25 no Centro-Sul do país até quinta-feira passada, muito abaixo dos 49% apurados no mesmo período do ano passado, quando estava em curso a colheita da safrinha do ciclo 2023/24.

Chuvas e geadas limitaram a evolução, mas não deverão afetar de maneira significativa o volume final de colheita, estimado pela Conab em 101 milhões de toneladas. “O norte do Paraná foi a região mais prejudicada pelas geadas da semana passada. Também houve perdas, mas em menor escala, no sul de Mato Grosso do Sul, oeste do Paraná e sul de São Paulo”, informou a AgRural.

Antes das geadas, a consultoria elevou sua estimativa para a produção da atual safrinha para 103,4 milhões de toneladas, volume recorde 13,3 milhões de toneladas superior ao calculado para a segunda safra de 2023/24. Mas há quem projete muito mais: a Agroconsult, por exemplo, trabalha com 123,3 milhões de toneladas. Essa diferença poderá pressionar ainda mais o mercado de fretes nos próximos meses. 

 

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