Colheita de soja ganha ritmo no país, mas produtividade no Rio Grande do Sul preocupa

Trabalhos entram na reta final em Mato Grosso; calor e chuvas irregulares prejudicam lavouras gaúchas;
Fernando Lopes

Com a aceleração dos trabalhos em Mato Grosso, que já estão na reta final, a colheita de soja no país foi concluída em 50% da área semeada nesta safra 2024/25 até quinta-feira passada, segundo levantamento da AgRural. Segundo a consultoria, na semana anterior o percentual estava em 39%, e no mesmo período do ano passado, quando estava em andamento a colheita do ciclo 2023/24, eram 48%.  

De acordo com a AgRural, a colheita deverá somar o recorde de 168,8 milhões de toneladas em 2024/25. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que estima a área plantada em 47,4 milhões de hectares, serão 166,3 milhões de toneladas, 12,6% mais que em 2024/25. Com a regularização do ritmo em Mato Grosso e condições favoráveis na maior parte dos Estados produtores, as atenções se voltam ao Rio Grande do Sul – que, mais uma vez, sofre com o clima.

Conforme dados da Emater/RS-Ascar, a colheita das lavouras gaúchas está em fase inicial, e os primeiros resultados indicam uma produtividade média abaixo da esperada inicialmente. “Em grande parte do Estado, as precipitações irregulares e as elevadas temperaturas têm causado a morte prematura das folhas do terço inferior, a queda de vagens e a formação heterogênea dos grãos (normais e subdesenvolvidos), mesmo na ausência de sinais visíveis de murchamento foliar”, informou o órgão na semana passada.

A Emater ainda calcula a área plantada no Rio Grande do Sul em 6,8 milhões de hectares, e a produtividade média das plantações em 3.179 quilos por hectare, mas esses números estão sendo revistos. As chuvas voltaram em volume moderado nos últimos dias, o que é um bom sinal, mas o calor continua intenso.

Milho safrinha

Independentemente dos problemas no Rio Grande do Sul, o avanço da colheita de soja no Centro-Sul do país continua a estimular o plantio de milho safrinha. Segundo a AgRural, a semeadura cobriu 80% da área estimada na região até quinta-feira passada, ante 64% uma semana antes e 86% no mesmo período de 2024.

“As lavouras se desenvolvem bem em toda a região, mas o tempo quente e seco, que se alonga por mais alguns dias nos mapas de previsão, gera preocupação em áreas do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul”, informou a consultoria. A Conab calcula que a área da safrinha se estenderá por 16,6 milhões de hectares no Brasil, com incremento de 1%. A produção total da safrinha está prevista pela estatal em 94,6 milhões de toneladas, 4,8% superior em igual comparação.

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