Com fortes avanços de soja e milho, safra recorde de grãos deverá ser ainda maior

Segundo a Conab, volume total deverá somar 328,3 milhões de toneladas em 2024/25, 10,3% mais que em 2024/25
Fernando Lopes

Apesar dos problemas climáticos que prejudicam lavouras no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou sua estimativa para a produção brasileira de soja nesta safra 2024/25. Segundo novos dados divulgados nesta quinta-feira pela estatal, a colheita da oleaginosa deverá alcançar o recorde de 167,4 milhões de toneladas, 1,4 milhão a mais que o previsto em boletim divulgado no mês passado e volume 13,3% superior ao registrado no ciclo 2023/24, quando chuvas irregulares afetaram plantações sobretudo em Mato Grosso.

Além do ajuste para cima na projeção para o carro-chefe do agro no país, que ainda poderá melhorar nos próximos meses, a Conab também traçou um cenário bem mais positivo para o milho. Para a safrinha do cereal, o cálculo subiu de 90,3 milhões para 95,5 milhões de toneladas – melhor marca da história, 5,8% maior que a da temporada anterior -, e para a produção de verão a conta aumentou de 23 milhões de toneladas para 24,9 milhões (alta de 5,8% ante 2023/24),  Com isso, a produção total de milho agora está estimada pela estatal em 122,8 milhões de toneladas, com avanço de 6,1%.

Se soja e milho vão bem, a safra de grãos como um todo também vai. De acordo com a Conab, a colheita vai totalizar o recorde de 328,3 milhões de toneladas, 2,6 milhões a mais que o previsto no boletim divulgado em fevereiro e volume 10,3% maior que o da temporada 2023/24. Somando-se as produções de verão e de inverno, a área plantada deverá atingir 81,6 milhões de hectares (aumento de 2,1%) e o rendimento médio das lavouras tende a crescer 8%, para 4.023 quilos por hectare. Mas todos esses avanços poderiam ser ainda mais agudos, não fossem as intempéries gaúchas e sul-mato-grossenses.

Se em Mato Grosso, que lidera a produção brasileira de grãos, a colheita total de grãos deverá superar 100 milhões de toneladas em 2024/25, com incremento de 7,7% em relação ao ciclo 2023/24, no Rio Grande do Sul o volume tende a recuar 1,3%, para 36,3 milhões de toneladas. Ainda assim o Estado deverá manter a terceira posição entre os maiores produtores de grãos do país, atrás também do Paraná (42,7 milhões de toneladas, aumento de 14,9%). Em Mato Grosso do Sul, mesmo com o calor e as chuvas irregulares o avanço deverá chegar a 28,3%, conforme a Conab, para 26 milhões. Entre Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul está Goiás, com colheita projetada em 34,6 milhões de toneladas (+14,2%).

A Conab também continua a calcular aumentos nas produções de arroz e feijão do país nesta temporada. Para o arroz, a estatal trabalha com 12,1 milhão de toneladas, avanço de 14,3% na comparação com o ciclo 2023/24. Para o feijão, a estatal calcula uma colheita total 1,5% superior, de 3,3 milhões de toneladas. No caso do algodão, finalmente, o cenário indica colheita de 3,8 milhões de toneladas da pluma, um avanço de 3,3%.

IBGE

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também atualizou nesta quinta-feira seu quadro para a colheita de grãos no país, o volume total chegará a 323,8 milhões de toneladas, 10,6% acima do total de 2024. Soja, milho e arroz representam 92,9% da safra, e, conforme o órgão, Mato Grosso deverá representar praticamente 30% da produção.

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