A identificação do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no Brasil, no município de Montenegro (RS), já começou a gerar barreiras à carne de frango brasileira no exterior. China e União Europeia, dois dos principais destinos das exportações da proteína, suspenderam as compras de todo o país, e a expectativa é que uma onda de embargos ganhe força, totais ou parciais. Há acordos assinados com Japão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, entre outros, que podem limitar a proibição de importações apenas de cortes produzidos no Rio Grande do Sul, como realçou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
O Brasil vinha se beneficiando do fato de nunca ter registrado o H5N1 em uma granja comercial desde que a doença começou a se espalhar por Ásia, África e Oriente Médio, em meados da década passada. De janeiro a abril deste ano, como já informou o NPagro, os embarques brasileiros de carne de frango alcançaram 475,9 mil toneladas e renderam US$ 906,1 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Proteínas Animais (ABPA). BRF e Seara (JBS) lideram os embarques.
“O Ministério da Agricultura alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, informou a Pasta, em comunicado.
Tanto a ABPA quanto a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) manifestaram apoio ao trabalho que está sendo realizado pelo ministério e pela Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul para a contenção do vírus. “Todas as medidas necessárias para o contingenciamento da situação foram rapidamente adotadas, e a situação está sob controle e monitoramento dos órgãos governamentais”, informou a ABPA, em nota.
“As medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas e visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população”, reforçou o ministério. “Também estamos realizando a comunicação oficial aos entes das cadeias produtivas envolvidas, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, bem como aos parceiros comerciais do Brasil”, completou a Pasta.
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