Consórcios viram redenção para a indústria de máquinas agrícolas em 2025

Montadoras apostam na modalidade para desovar estoques em meio a cenário de alta de juros e baixa disponibilidade de crédito aos produtores
Alexandre Inacio

Oferta de crédito mais restrita e taxas de juros mais elevadas. A tempestade perfeita que se desenhava para a indústria de máquinas agrícolas em 2025 ganhou um novo elemento que está sendo visto como a salvação para muitas montadoras.

Termômetro de como serão as vendas do ano, as primeiras feiras agropecuárias do país deixaram claro que o consórcio de máquinas agrícolas será uma forte tendência no atual e conturbado contexto macroeconômico.

Mais do que a tradicional oferta por parte das montadoras, o que se observa até o momento é que existe uma demanda aquecida por parte dos próprios agricultores. Em Cascavel, por exemplo, a Case IH, marca da italiana CNH, vendeu no primeiro dia de feira o equivalente a 50% de todas as cotas comercializadas em todos os cinco dias do Show Rural de 2024.

Segundo Vittorio Rossi Júnior, sócio da Primo Rossi, empresa responsável por administrar o consórcio Case IH desde 2018, de janeiro até agora as vendas duplicaram de volume. E um dos principais motivos do desempenho é o menor custo financeiro da operação, cerca de 40% inferior ao do financiamento convencional.

Há seis anos, a Case IH vendia pouco mais de 340 cotas por ano.  Em 2024, foram comercializadas perto de 3 mil cotas, e a expectativa é que para este ano os negócios fiquem entre 4 mil e 5 mil cotas.

“Tivemos a sensibilidade, pela primeira feira, que vai ser um ano positivo para os consórcios. Temos uma safra potencialmente recorde, existe uma necessidade de mais máquinas e não tem crédito, as linhas estão limitadas. As pessoas estão vindo”, disse Mônica Rossi, sócia da Primo Rossi.

Durante muito tempo, a venda por meio de consórcio foi encarada pela indústria de máquinas como algo secundário. Segundo Vittorio, há seis anos, apenas 1% da produção da marca Case IH no Brasil tinha como destino atender as vendas de consórcio. Hoje, esse percentual é de 12%.

“O consórcio não é uma alternativa, é mais uma possibilidade. Tem gente que tem necessidade imediata e vai ter que comprar à vista ou financiar. Mas, mesmo quem quer financiar tem encontrado hoje restrições de linha de crédito, porque não tem dinheiro suficiente para todos”, disse Mônica.

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