Ainda enfrentando embargos em mercados importantes como China e União Europeia, as exportações de carne de frango do país voltaram a ficar abaixo do potencial em julho, embora já tenham apresentado recuperação em relação aos resultados de junho graças à retirada das barreiras em destinos como Emirados Árabes Unidos, México e Hong Kong.
Uma vez cumprido o período de 28 dias de vazio sanitário em Montenegro (RS), onde foi registrado o primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade em uma granja comercial no Brasil – que gerou os embargos à proteína brasileira -, o Ministério da Agricultura enviou à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em 18 de junho, documento que oficializou a autodeclaração do Brasil de que o país estava novamente livre da doença.
Com isso, quase 40 países que haviam imposto restrições às exportações brasileiras já suspenderam as travas, mas, segundo o ministério, oito mercados (entre os quais China e UE) continuam a barrar cargas produzidas em todo o Brasil. Outros dez, incluindo Arábia Saudita e Rússia, mantêm suspensas as compras do produto do Rio Grande do Sul, e um número pequeno de importadores seguem sem comprar carne de frango do entorno de Montenegro.
Nesse contexto, os embarques de carne de frango do Brasil alcançaram 399,7 mil toneladas em julho – 16,4% mais que em junho, mas volume 13,8% menor que o registrado em julho de 2024. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a receita das vendas chegou a US$ 737,8 milhões, com aumento de 15,8% ante o mês anterior e queda de 17% sobre um ano antes.
“Houve um notável restabelecimento do comércio com grande parte das nações que haviam suspendido as importações diante da ocorrência isolada e já superada de influenza aviária em uma granja comercial. Comparativamente, são mais de 50 mil toneladas adicionadas ao nosso fluxo, número que deverá se expandir nos próximos meses com a consolidação das tratativas e a reabertura de todos os mercados”, afirma o presidente da ABPA, Ricardo Santin, em nota.
Em julho, o principal destino dos embarques do Brasil foram os Emirados Árabes Unidos, com 51,7 mil toneladas, 33,6% mais que no mesmo mês do ano passado. Em seguida vieram Japão, com 42,9 mil toneladas (-9,3%), México, com 36,4 mil toneladas (+45,6%), Arábia Saudita, com 31,4 mil toneladas (+19,7%), Angola, com 16,1 mil toneladas (+68,7%) e Singapura, com 13,6 mil toneladas (+8,8%).
De acordo com a ABPA, de janeiro a julho as exportações atingiram 3 milhões de toneladas, uma leve retração de 1,7% em relação a igual intervalo de 2024. Já a receita proveniente dessas vendas aumentou 1,5%, para US$ 5,6 bilhões. A entidade vai atualizar no dia 20 deste mês suas projeções para produção e exportação da proteína ao longo de 2025.
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