As indústrias pediram e o governo aceitou. O Ministério da Agricultura autorizou os frigoríficos a fazerem estoques de produtos em contêineres em decorrência do caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul. Contudo, a autorização é válida apenas para produtos acabados.
A permissão foi assinada pela diretora do departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do ministério, Juliana Satie Becker de Carvalho Chino, e encaminhada ao Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal de todo o país. Ainda que tenha caráter excepcional, a autorização não tem um prazo de validade definido.
“Considerando-se a confirmação do caso de IAAP, conforme Portaria nº 795 de 15 de maio de 2025, entendemos que a estocagem de produtos acabados em containers representa um caso de excepcionalidade, o que permite a autorização para o armazenamento de produtos conforme solicitado, enquanto durar o período emergencial”, diz o ofício-circular do Ministério da Agricultura.
Medida semelhante foi tomada em 2021. À época, o governo autorizou que os frigoríficos estocassem carne bovina em contêineres depois que a China embargou as exportações do produto em decorrência de um caso atípico de “vaca louca”. Na ocasião, o prazo inicial dado foi de 60 dias.
Há pouco, o Ministério da Agricultura informou que concluiu o trabalho de limpeza e desinfecção da área em Montenegro (RS) onde foi confirmado um foco de gripe aviária em um matrizeiro de aves comerciais. Com isso, tem início hoje (22) o período de 28 dias de vazio sanitário, conforme previsto nos protocolos internacionais. Caso não haja registro de novos focos nesse intervalo, o Brasil poderá se autodeclarar livre da doença naquela região.

“Com a força do sistema e a transparência nos procedimentos, conseguiremos comprovar a contenção do foco e negociar com nossos parceiros comerciais protocolos que evitem o bloqueio total das exportações”, disse em nota o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
O governo ainda investiga duas possíveis ocorrências de gripe aviária em produções comerciais no Brasil. A mais crítica é a de Ipumirim, em Santa Catarina, segundo maior produtor e exportador de carne de frango do país. O outro caso investigado é em Aguiarnópolis, em Tocantins.
Por enquanto, 19 países mais as 27 nações da União Europeia suspenderam integralmente as exportações de carnes de aves de todo o Brasil. Outros 15 embargaram apenas as vendas originadas no Rio Grande do Sul e apenas o Japão e os Emirados Árabes suspenderam os embarques de Montenegro.
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