Nova enzima deverá beneficiar produção de etanol celulósico

CelOCE foi descoberta na natureza por pesquisadores do CNPEM e de outras instituições
Fernando Lopes

Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e de outras instituições do Brasil e de outros países conseguiram obter uma enzima que poderá beneficiar o processo de desconstrução da celulose e, por conseguinte, a produção em larga escala de etanol de segunda geração, também conhecido como etanol celulósico. A informação foi divulgada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que colaborou com o financiamento do trabalho, com um valor não divulgado.

Como lembra a Fapesp, a desconstrução da celulose é fundamental para a conversão de biomassa em combustíveis e produtos químicos. A celulose, contudo, é muito resistente à degradação, o que torna lenta sua quebra e exige para tal sistemas enzimáticos complexos. A enzima que acaba de ser descoberta, batizada como CelOCE, pode agilizar esse processo, associada a outras enzimas. 

“Identificamos uma metaloenzima que melhora a conversão da celulose por meio de um mecanismo até então desconhecido de ligação ao substrato e clivagem oxidativa. Essa descoberta estabelece uma nova fronteira na bioquímica redox para a despolimerização de biomassa vegetal, com implicações amplas em biotecnologia”, disse Mário Murakami, líder do grupo de pesquisa em biocatálise e biologia sintética do CNPEM e coordenador do estudo, segundo a Agência Fapesp.

“Para usar uma comparação, a recalcitrância da estrutura cristalina da celulose decorre como que de um conjunto de cadeados, que as enzimas clássicas não conseguem abrir. A CelOCE abre esses cadeados, permitindo que outras enzimas façam a conversão. Seu papel não é gerar o produto final, mas tornar a celulose acessível. Ocorre uma sinergia, a potencialização da atuação de outras enzimas pela ação da CelOCE”, complementa Murakami. 

A CelOCE foi descoberta na natureza, a partir de amostras de solo cobertas com bagaço de cana. Segundo a Agência Fapesp, a prova de conceito em escala-piloto foi demonstrada e a enzima já pode ser incorporada imediatamente ao processo produtivo. A produção de etanol celulósico faz parte da estratégia de grandes grupos sucroalcooleiros como a Raízen, que já conta com duas usinas do gênero no Estado de São Paulo e projeta que seis estarão em operação, com viabilidade econômica, até 2028, segundo informou recentemente o BNDES. O banco acaba de aprovar financiamento de R$ 1 bilhão para a empresa investir em uma usina no município de Andradina.

Vendas de defensivos biológicos somaram R$ 4,4 bilhões em 2024/25, diz Kynetec

Segundo a empresa, aumento em relação à temporada 2023/24 foi de 18%

Produtividade dos canaviais do Centro-Sul deu sinais de reação em outubro

Segundo o CTC, média alcançou 64,6 toneladas por hectare, 4,3% mais que no mesmo mês de 2024

Receita das exportações brasileiras de café cresceu 12,6% em outubro

Segundo o Cecafé, volume dos embarques recuou 20% ante o mesmo mês de 2024; setor espera o fim do tarifaço americano

Após tragédia causada por tornados, novas tempestades ameaçam o Sul

Amanda Balbino, agrometeorologista da Ampere Consultoria, alerta para novos riscos na região, incluindo vento forte e granizo

Resenha NPagro: A COP-30, com alertas da FAO e oportunidades para o Brasil

Inscreva-se para receber
as notícias gratuitamente

Ao inserir seu e-mail, você concorda em receber a newsletter do NPAgro. Você pode cancelar sua inscrição a qualquer momento

MAIS LIDAS

Economia

Ministério da Fazenda suspende financiamentos do Plano Safra 2024/25

Secretaria do Tesouro enviou ofício às instituições financeiras determinando a suspensão de novas contratações de crédito rural subvencionado

Indústria

Faturamento da C.Vale caiu 10% em 2024, mas sobras aumentaram 25%

Receita da cooperativa paranaense alcançou R$ 22 bilhões, prejudicada por grãos

Insumos

Solubio volta a crescer e aposta em nova microalga para consolidar retomada

Após dois anos difíceis, empresa de biológicos “on farm” teve Ebitda recorde no 1º trimestre e prevê faturar mais de R$ 200 milhões este ano