A Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, informou nesta segunda-feira que assinou contrato para a venda da usina Continental, localizada no município de Colômbia (SP), para o Grupo Colorado. A unidade tem capacidade para processar cerca de 2 milhões de toneladas de cana por safra, e o negócio, que depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), foi fechado por R$ 750 milhões, incluindo a cessão de cana própria e contratos com fornecedores da matéria-prima.
“Essa transação está alinhada à estratégia da companhia de otimização de seu portfólio de ativos, simplificação das operações e captura de eficiências, com foco na melhoria da rentabilidade de seu portfólio agroindustrial. Após a conclusão desta operação e das demais já anunciadas, a Raízen passará a operar um portfólio de 24 usinas, com capacidade instalada de moagem de aproximadamente 73 milhões de toneladas por safra”, informou a empresa.
MEDIDAS ANTERIORES
Como parte dessa estratégia de redução de endividamento e reequilíbrio financeiro, no início de setembro a Raízen anunciou o encerramento da joint venture Rede Integrada de Lojas de Conveniência e Proximidade (Grupo Nós), que mantinha com a Femsa, engarrafadora da Coca-Cola, desde 2019. A separação foi feita com base em troca de participação societária e não envolveu pagamentos entre as empresas.
No fim de agosto, a companhia já havia acertado a venda das usinas Rio Brilhante e Passa Tempo, localizadas no município de Rio Brilhante (MS), para a Cocal Agroindústria. O negócio foi fechado por R$ 1,543 bilhão, também incluindo os canaviais próprios das unidades e seus contratos com fornecedores.
Antes disso, a Raízen anunciou a venda de 55 usinas de geração distribuída de energia elétrica, por R$ 600 milhões; a suspensão das atividades da Usina Santa Elisa, em Sertãozinho (SP), a venda de até 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar (própria e de terceiros) ligadas à unidade, por R$ 1,045 bilhão; e a venda da Usina e Leme, em Piracicaba (SP), por R$ 425 milhões.
Ainda como parte dos planos do grupo, a subsidiária Raízen Fuels Finance também precificou a emissão de US$ 750 milhões em notes, enquanto Raízen S.A. e Raízen Energia assinaram um “Protocolo e Justificação de Cisão Parcial da Raízen S.A. com versão do Acervo Líquido Cindido para Raízen Energia”, com o objetivo de otimizar estruturas de capital e gestão e concentrar a participação societária detida pelo grupo em sociedades no exterior.
A Raízen encerrou o primeiro trimestre de seu atual exercício (25/26), em junho, com prejuízo líquido de R$ 1,844 bilhão, ante lucro de R$ 1,066 bilhão em igual intervalo do ano-fiscal anterior. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 23,4%, para R$ 1,889 bilhão, e a receita líquida da companhia recuou 6,1%, para R$ 54,218 bilhões. A dívida líquida fechou junho em R$ 49,22 bilhões, 55,8% maior que um ano antes, e a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) subiu de 2,3 para 4,5 vezes.
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