A Raízen, joint venture entre Cosan e Shell que vem passando por profundo processo de reestruturação para ajustar seu portfólio e reduzir o endividamento – num movimento que é marcado pela venda de ativos -, encerrou o primeiro trimestre de seu atual exercício (25/26), em junho, com prejuízo líquido de R$ 1,844 bilhão, ante lucro de R$ 1,066 bilhão em igual intervalo do ano-fiscal anterior.
Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 23,4%, para R$ 1,889 bilhão, e a receita líquida da companhia recuou 6,1%, para R$ 54,218 bilhões. A dívida líquida fechou junho em R$ 49,22 bilhões, 55,8% maior que um ano antes, e a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) subiu de 2,3 para 4,5 vezes.
Segundo a Raízen, a queda do Ebitda pode ser explicada pelo desempenho inferior no segmento “Distribuição de Combustíveis Argentina”, impactado por uma parada mais longa que a prevista da refinaria da empresa no país. O menor ritmo da moagem de cana na região Centro-Sul do Brasil entre abril e junho, o primeiro trimestre da safra 2025/26, também teve reflexos negativos sobre o resultado.
A retração do Ebitda ajudou a inflar o prejuízo, que foi influenciado, ainda, por um aumento de despesas financeiras, em razão do maior saldo de dívida e da taxa média do CDI. “O aumento do saldo reflete, principalmente, a substituição de R$ 8,9 bilhões em linhas de capital de giro (operações de convênios com fornecedores e adiantamento de clientes) por instrumentos de dívida”, informou a companhia em comunicado que acompanha os resultados divulgados.
A Raízen lembrou, finalmente, que a base de comparação é elevada, uma vez que no primeiro trimestre do exercício 24/25 a companhia foi beneficiada pelo reconhecimento de um crédito tributário no montante de R$ 1,8 bilhão, referente à tese de exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e Cofins.
Entre abril e junho, a produção própria de açúcar da Raízen aumentou 30,1% ante o mesmo período do exercício anterior, para 995 mil toneladas, enquanto a fabricação própria de etanol caiu 26%, para 497 mil metros cúbicos. Somados os produtos de terceiros, a produção de açúcar registrou queda de 21,5%, para 1,453 milhão de toneladas, e a de etanol diminuiu 26,7%, para 812 mil metros cúbicos.
Em contrapartida, a produção de etanol celulósico, de segunda geração, aumentou 40,7%, para 22,8 mil metros cúbicos. Com a retração de 20,7% da moagem de cana, para 24,5 milhões de toneladas, a cogeração de energia também encolheu, 21,4%.
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