A Kepler Weber, líder em armazenagem e soluções para pós-colheita na América Latina, encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 14,4 milhões, 61,1% menos que em igual intervalo de 2024. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recuou 40%, para R$ 37,9 milhões, e a receita líquida da companhia caiu 5,1%, para R$ 311,1 milhões.
Embora os resultados tenham piorado, a Kepler Weber realçou que o segundo trimestre terminou em melhor situação do que começou. “Encerramos o período com indicadores mais equilibrados e aderentes ao perfil de geração de valor que sustentamos ao longo dos últimos ciclos. Junho foi o mês responsável por 56% do Ebitda do trimestre, refletindo o início do ciclo histórico de alavancagem operacional”, avaliou a empresa.
De abril a junho, a receita líquida da Kepler foi liderada pelo segmento “Agroindústria”, com R$ 107,2 milhões, um aumento de 9,2% ante o segundo trimestre do ano passado. Embora a margem bruta nessa frente tenha encolhido de 26,9% para 19,6%, a performance foi considerada positiva, sobretudo em um ambiente marcado por juros elevados e impactos climáticos negativos em regiões com grande presença de cooperativas.
No segmento “Fazendas”, a receita líquida registrou queda de 7,5% na comparação anual, para R$ 95,8 milhões, e a margem bruta caiu de 27,2% para 19,8%. Mas houve uma expansão de 32,9% no número de clientes faturados, o que também foi considerado um bom sinal porque ajuda a companhia a ampliar sua presença no campo e a fortalecer a capilaridade comercial.
Em conversa com jornalistas, Bernardo Nogueira, presidente da Kepler Weber, realçou que, nesse processo, a companhia tem percebido uma tendência de crescimento dos aportes em armazenagem por parte dos agricultores no Cerrado. “Os produtores estão investindo cada vez mais em eficiência operacional. Nesse sentido, armazenagem e irrigação, por exemplo, ganham espaço”, afirmou.
No segmento “Reposição & Serviços”, a receita líquida aumentou 8,4% no segundo trimestre ante o mesmo período de 2024, para R$ 62,5 milhões, e a margem bruta das operações se manteve estável em 32,2%. Um dos destaques nesse ramo, onde o número de clientes faturados também cresceu (10,8%), foi a demanda mais aquecida por soluções de maior valor agregado.
Já no segmento “Negócios Internacionais”, a Kepler teve bons motivos para comemorar. A receita líquida permaneceu em praticamente R$ 31 milhões e a margem líquida diminuiu de 33,6% para 22,6%, mas os sinais de retomada emanados pela Argentina se consolidaram, animando a empresa. “Estamos presentes no país há 87 anos, e nossa fábrica em Panambi (RS) está a 200 quilômetros da fronteira. Temos bom relacionamento com os clientes do país e estamos vendo um aumento de investimentos dos produtores de grãos”, disse Nogueira.
No segmento de “Portos, Terminais e Biocombustíveis”, a receita líquida atingiu R$ 14,7 milhões de abril a junho, em queda de 60,8% ante igual período de 2024, mas a margem bruta passou de 35,6% para 36,4%. A elevada base de comparação ajuda a explicar o tombo da receita, e aqui também houve aumento do número de clientes faturados, de 20%. “No segundo semestre, a companhia dará continuidade à execução de contratos já firmados, que somam aproximadamente R$80 milhões, incluindo projetos voltados às cadeias de etanol e grãos”, informou a Kepler Weber.
Embora o resultado financeiro líquido da companhia tenha sido negativo no segundo trimestre (R$ 5,5 milhões), principalmente por causa do aumento dos juros no Brasil na comparação, houve economia de despesas e a posição de caixa continuou a aumentar, mesmo após o pagamento de R$ 70 milhões em dividendos – outros R$ 25 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio serão pagos em setembro.
“A geração operacional, líquida de depreciações, amortizações e imposto de renda, totalizou R$ 24,9 milhões. No mesmo período, o capital de giro contribuiu positivamente com R$ 42,3 milhões, impulsionado principalmente pelos adiantamentos de clientes”, realçou a empresa. “Esse é um sinal muito importante. Apesar do ciclo desfavorável, continuamos gerando caixa e pagando dividendos”, destacou Bernardo Nogueira.
Além do crescimento de 13,8% na carteira contratada em 30 de junho ante um ano antes e da sazonalidade positiva, as condições menos desfavoráveis que as previstas para o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) no Plano Safra 2025/26 anunciado pelo governo – cerca de 13% da receita da Kepler Weber está atrelada ao PCA – também colaboram para tornar o cenário positivo para os negócios da empresa neste segundo semestre.
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