Suco de laranja escapa de tarifa adicional dos EUA sobre produtos brasileiros

Entrada em vigor da nova taxa, que será de 40% e se somará aos 10% já em vigor, foi adiada por sete dias
Fernando Lopes
Donald Trump, presidente dos EUA

Nada como ter Coca-Cola e Pespi, ícones americanos, do seu lado. Por pressão das indústrias de bebidas dos EUA, o decreto assinado nesta quarta-feira pelo presidente Donald Trump que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre as importações de produtos do Brasil a partir de agosto deixou o suco de laranja de fora. Assim, para entrar nos Estados Unidos o suco continuará pagando “apenas” a taxa fixa de US$ 415 por tonelada e os 10% que estão em vigor desde 10%.

“Vão-se os anéis, ficam os dedos”, afirmou ao NPagro Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, entidade que representa as gigantes brasileiras Citrosuco e Cutrale e a francesa Louis Dreyfus Company, que concentra suas operações de suco de laranja no Brasil. Ele explicou que a decisão da Casa Branca foi uma uma concessão para as empresas dos EUA, uma vez que o Brasil responde por 70% das importações americanas de suco e que, no mix de consumo do país de Donald Trump, levando-se em conta o volume que é produzido na Flórida e o que é importado em geral, o produto brasileiro representa 56%

O decreto assinado por Trump esclarece que a tarifa adicional que passará a onerar os produtos brasileiros é de 40%, e que ela se somará aos 10% já em vigor. Na lista de exceções que beneficiou o suco, também estão presentes petróleo, aeronaves civis, veículos e peças, fertilizantes e celulose, entre centenas de outros. Carnes, café, pescados e frutas, também muito importantes na pauta de exportações do agro brasileiro para os EUA, não foram beneficiados. 

Outrora um grande produtor e exportador de suco de laranja, os EUA ampliaram as importações do produto brasileiro nos últimos anos em razão de uma escassez de oferta causada por problemas climáticos e fitossanitários. Em 2024/25, quando representaram mais de 40% dos embarques do Brasil, ante 34% em 2023/24, as compras alcançaram 307,7 mil toneladas, ou US$ 1,3 bilhão. Com isso, os EUA ficaram atrás apenas da UE, cujas importações atingiram 376,4 mil toneladas, ou US$ 1,7 bilhão.

SLC Agrícola encerrou o 3º trimestre do ano com prejuízo menor

Ebitda e receita cresceram; empresa anunciou acordo com fundos do BTG Pactual para novos investimentos

Exportações de carne de frango superaram US$ 8 bilhões de janeiro a outubro

Com o bom desempenho no mês passado e a retomada das compras da China, ABPA prevê alta do volume de embarques em 2025 como um todo

BrasilAgro encerrou o 1º trimestre de seu atual exercício com prejuízo

Resultado líquido foi negativo em R$ 64,3 milhões; Ebitda caiu 62%, enquanto a receita líquida recuou 37%

Resenha NPagro: A COP-30, com alertas da FAO e oportunidades para o Brasil

As tempestades no Sul e o cenário climático para o café

Inscreva-se para receber
as notícias gratuitamente

Ao inserir seu e-mail, você concorda em receber a newsletter do NPAgro. Você pode cancelar sua inscrição a qualquer momento

MAIS LIDAS

Economia

Ministério da Fazenda suspende financiamentos do Plano Safra 2024/25

Secretaria do Tesouro enviou ofício às instituições financeiras determinando a suspensão de novas contratações de crédito rural subvencionado

Indústria

Faturamento da C.Vale caiu 10% em 2024, mas sobras aumentaram 25%

Receita da cooperativa paranaense alcançou R$ 22 bilhões, prejudicada por grãos

Insumos

Solubio volta a crescer e aposta em nova microalga para consolidar retomada

Após dois anos difíceis, empresa de biológicos “on farm” teve Ebitda recorde no 1º trimestre e prevê faturar mais de R$ 200 milhões este ano