Eram positivas as perspectivas da Biotrop para o primeiro semestre, e elas foram superadas. As vendas da empresa, uma das maiores do segmento de insumos biológicos do país, cresceram 35% em relação a igual intervalo de 2024 e consolidaram o caminho para que seu faturamento aumente 30% e se aproxime de R$ 1 bilhão em 2025. Em todo o ano passado, quando a área total tratada com os insumos da companhia chegou a 41 milhões de hectares no Brasil, foram R$ 762 milhões, 23% a mais que em 2023.
“O primeiro semestre foi mais forte do que prevíamos”, afirmou Jonas Hipólito, que assumiu o cargo de CEO da Biotrop em janeiro, ao NPagro. A demanda pelos produtos da companhia em geral se mostrou aquecida, mas as estrelas do portfólio no período foram um bioinseticida que combate lagartas que atacam lavouras de algodão e um biofungicida contra a “estria vermelha” da cana-de-açúcar.
Os dois defensivos foram lançados em 2024, reforçando uma estratégia que reserva a novas tecnologias papel importante no avanço da empresa. “Novos produtos, lançados há 18 meses ou menos, são responsáveis por cerca de 25% do nosso faturamento corrente”, disse Carlos Alberto Baptista, diretor comercial da Biotrop.
Para manter o rtimo, a companhia investe 20% de sua receita em pesquisa e desenvolvimento. Com isso, afirmou Douglas Gomes, diretor de Pesquisa e Inovação, a Biotrop costuma lançar entre três e quatro novos produtos por ano no mercado, e não será diferente em 2025 e 2026. “No curto prazo, temos entre nossos desafios o controle do percevejo da soja e do bicudo do algodoeiro, dois mercados importantes”, realçou.
No longo prazo, a descoberta de novos microrganismos para o desenvolvimento de produtos biológicos cada vez mais eficientes continuará a guiar a Biotrop, que também já começa a trabalhar com engenharia genética. Em tempos de aumento da resistência de pragas e doenças aos tradicionais insumos químicos, a receita será continuar a capturar valor com novas tecnologias.
A Biotrop conta com uma equipe de campo formada por cerca de 300 profissionais, e 35% de suas vendas são fechadas diretamente com grandes produtores rurais. As entregas para cooperativas respondem por 15%, e 50% da comercialização se dá via distribuidores e revendas. “Reforçar as vendas diretas a cooperativas continua a ser uma das nossas prioridades”, afirmou Baptista.
Na estratégia comercial, crédito é fundamental, e a companhia tem nesse campo um fundo de R$ 150 milhões, estruturado com o Itaú, para apoiar negócios com revendas e produtores rurais. Diante do crescimento observado nos últimos anos, a Biotrop se consolidou como um dos principais braços do grupo belga BioFirst, líder global em tecnologias biológicas, com faturamento anual da ordem de 500 milhões de euros.
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