Perto de completar 18 anos e atingir a maioridade, a brasileira Agrotools está ampliando sua atuação internacional. A agtech acaba de fechar um contrato para atender o banco equatoriano Pichincha, uma das principais instituições financeiras voltados ao agronegócio do país, com atuação também no Peru.
Já com presença no Paraguai, Argentina, Austrália e Colômbia, o projeto para ampliar a presença internacional inclui a sondagem dos mercados americano e canadense. No Brasil, a Agrotools já tem entre seus clientes pelo menos 14 instituições financeiras.
A Agrotools faz o monitoramento remoto de áreas rurais tanto no Brasil quanto no exterior e a gestão dos dados coletados, uma espécie de “big data do campo”. A agtech foi uma das primeiras a desenvolver um sistema para monitorar a origem dos animais abatidos por JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3).
“Os americanos e europeus sempre estiveram tão protegidos pelos subsídios, que atualmente existe uma janela de oportunidade única que se abre para nós”, disse Sérgio Rocha, CEO e fundador da Agrotools ao IM Business.
Segundo o executivo, a empresa passou os últimos anos se preparando para acelerar seu processo de internacionalização. Uma das principais ações foi organizar a governança da companhia após a rodada de captação de 2022, quando levantou R$ 85 milhões para financiar sua expansão.
Após a captação, a empresa passou a contar nomes de peso do mercado de capitais e do empresariado nacional como o venture capital KPTL, o Inovabra – private equity do Bradesco, Horácio Lafer Piva (Klabin), Paulo Haegler (Toledo Balanças), Pedro Paulo Campos (ex-Pátria e JP Morgan), Ronaldo Galvani (Galvani Fertilizantes) e Fátima Marques (ex-Korn Ferry).
Os novos sócios ajudaram a empresa a estruturar um modelo comercial baseado em Software as a Service (SaaS) e sair de 90 funcionários para os atuais 250. Hoje a empresa atende mais de 100 empresas e possui pouco mais de 150 contratos ativos.
Esses contratos geraram em 2023 um Lifetime Value (LTV) de R$ 340 milhões para a Agrotools. Esse saldo de receitas recorrentes representou um crescimento de 30% sobre o desempenho de 2022.
Em grande medida, a decisão da Agrotools em se reinventar se deve também à chegada de concorrentes de peso, como a Serasa Experian, e também novos entrantes como a Traive. Para alguns ex-funcionários, a Agrotools se acomodou por estar sozinha durante muito tempo e estava ficando para trás.
Cada uma com seu modelo de negócio, a base de serviço de todas elas é o monitoramento de áreas produtivas do agronegócio e gestão dos dados coletados. No ano passado, por exemplo, a Serasa adquiriu a Agrosatélite e incorporou ao seu sistema um banco de dados com dez anos de performance mapeada das principais culturas do Brasil.
Em fevereiro deste ano, a Traive anunciou a captação de US$ 20 milhões com investidores, entre eles o Banco do Brasil, para financiar sua próxima onda de crescimento. O plano é atrair as instituições financeiras para seu marketplace de crédito rural.
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