Nada como um ano após o outro. Se em 2024 a Alliance One Brasil (AOB) sofreu com intempéries no Sul, com chuvas que reduziram em até 25% a produtividade das plantações de tabaco e geraram uma indesejável volatilidade de preços do produto, em 2025 o clima voltou ao normal, o que motivou o aumento da área de cultivo, trouxe o rendimento agrícola de volta à média histórica e deverá resultar em uma das maiores safras da última década. Para a empresa, uma das maiores exportadoras do segmento, o resultado será o incremento dos volumes movimentados, margens mais positivas e, certamente, crescimento
“O cenário é bastante animador, bom para a renda da cadeia produtiva. Além da boa safra, o câmbio está favorável, o que nos deixa em vantagem em relação a concorrentes da África e da Ásia”, afirmou Simon Yeo, diretor de operações da AOB, ao NPagro. A companhia, que exporta 95% do tabaco que recebe e beneficia, responde por mais ou menos um terço dos negócios da Alliance One International, criada em 13 de maio de 2005 com a fusão entre Dimon Incorporated e Standard Commercial Corporation e que faz parte do grupo Pyxus, com sede na Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
A Alliance One Brasil é responsável por pouco mais de 10% das exportações de tabaco do país. Em 2024, os embarques nacionais, equivalentes a 90% da produção e destinados sobretudo à Ásia, América do Norte, Europa e Oriente Médio, alcançaram 455 mil toneladas e geraram US$ 2,977 bilhões, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). Ainda por causa da menor oferta da última safra, no primeiro trimestre de 2025 o volume caiu 1,8% ante igual intervalo do ano passado, para 104 mil toneladas, mas a receita subiu 12,9%, para US$ 744 milhões. Segundo a consultoria Deloitte, as vendas ao exterior deverão crescer entre 10% e 15% em 2025 como um todo.
A rede de fornecimento da AOB é formada por aproximadamente 17 mil agricultores integrados espalhados por mais de 350 municípios do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, onde se concentra a produção brasileira em geral. Neste momento, mais de metade da safra 2025 já foi comercializada, e em mais dois meses esse período deverá estar concluído. O beneficiamento do tabaco recebido, por sua vez, costuma rodar até setembro. A companhia conta com duas unidades de beneficiamento, localizadas em Venâncio Aires (RS) e Araranguá (SC), além de quatro unidades de compras nos Estados do Sul. Emprega, no total, cerca de 3,2 mil pessoas.
Garantir mão-de-obra de qualidade, por sinal, tem se tornado um dos maiores desafios da AOB nos últimos anos, ao lado dos já conhecidos gargalos logísticos em rodovias e portos. Com isso, contou Simon Yeo, a empresa iniciou este ano um grande projeto de automação nas áreas de recebimento e descarga, com uso de inteligência artificial, que deverá absorver investimentos de mais de US$ 10 milhões. Estocagem e recebimento de tabaco também estão cada vez mais informatizados, e o executivo considera os resultados bastante positivos. “Com automação e simplificação de processos, ganhamos escala e eficiência e melhoramos nossa eficiência”, concluiu.
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