A chilena Arauco está ativa no mercado brasileiro de terras. O plano é garantir a maior base florestal possível para abastecer com eucalipto sua mega-fábrica de celulose que será construída em Inocência, Mato Grosso do Sul, 330 quilômetros a leste da capital do Estado, Campo Grande.
A empresa vai assumir para usufruto três fazendas no município. O primeiro contrato foi fechado com os proprietários José de Mattos e Mário de Mattos, em que a posse da Fazenda Riata passa para o grupo chileno durante o período do usufruto.
O segundo acordo envolve as fazendas Campo Verde e Campo Verde 2, dos proprietários Brás Antônio Ovídio e Maria Cristina Queiroz Ovídio. Juntas, as duas propriedades somam perto de 1,6 mil hectares.
As três fazendas vão compor os 400 mil hectares que a Arauco precisará para abastecer sua fábrica, que marcará a entrada da companhia no segmento de celulose no Brasil. Estimativas indicam que a empresa já tenha garantido cerca de 300 mil hectares.
Procurada, a Arauco informou que “negocia seus contratos com proprietários de áreas rurais em plena consonância com a legislação brasileira. Por respeito às práticas de confidencialidade firmadas entre todas as partes envolvidas, não divulga detalhes destas negociações”.
Denominado Projeto Sucuriú, a nova fábrica receberá investimentos de US$ 4,6 bilhões. A terraplanagem do terreno está em andamento e a obra civil está prevista para começar até o fim de junho. A conclusão da obra e o início da produção são esperados para o fim de 2027.

Esse será o maior projeto de produção de celulose do mundo implantado em etapa única com capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de fibra curta ao ano, e o primeiro no Brasil. Atualmente, a Arauco detém cerca de 1,8 milhão de hectares com florestas plantadas na América do Sul.
A empresa já opera no setor de celulose no Chile, na Argentina e no Uruguai, com cinco plantas de celulose instaladas nesses países. No Brasil, a Arauco está instalada desde 2002, e possui hoje quatro plantas destinadas à produção de paineis de madeira nos Estados do Paraná Rio Grande do Sul.
A corrida por terras que possam garantir o fornecimento de eucalipto para a indústria não é por acaso. Em dezembro do ano passado, a Suzano inaugurou sua mais nova planta em Mato Grosso do Sul, em Ribas do Rio Pardo. O projeto de R$ 22,2 bilhões possui capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano.
A indonésia Bracell anunciou em 2024 que vai construir no município de Água Clara uma nova unidade com capacidade para produzir 2,8 milhões de toneladas de celulose por ano. O projeto está orçado entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões.
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